O Senhor levou Seus discípulos ao Getsêmani e mandou que se assentassem ali, pois Ele oraria ao Pai. O Salvador sabia que havia chegado a hora de Se entregar no altar do Calvário, então sentiu pavor. Ora, não existe vitória sem luta. O momento era bastante difícil. Em pouco tempo, o inimigo usaria toda a sua capacidade de atingi-Lo, e pasmem: Jesus seria separado do Pai.

Cristo Se afastou, levando Pedro, João e Tiago, e disse-lhes que vigiassem com Ele. A situação que O esperava era muito difícil. Cristo Se angustiou e confessou que a Sua alma estava profundamente triste até a morte. Por isso, pediu que aqueles discípulos ficassem ali para vigiar. É lamentável, mas eles não estavam na mesma posição espiritual do Mestre e dormiram.

Tendo caminhado um pouco mais adiante, Jesus Se prostrou em terra e orou ao Pai, para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora (v. 35). A batalha era dura, mas, como Ele nunca tivera um dos Seus pedidos recusado, suplicou por aquela bênção; porém, desta vez, não foi atendido. Eis a lição: Deus jamais muda Seus planos, ainda que alguém implore. Era impossível o Altíssimo afastar o cálice de Seu Filho (v. 36), ou não seríamos salvos!

Jesus abriu o coração ao Pai, mas os discípulos não conseguiram vigiar. Quando retornou, achou-os dormindo e, olhando para Pedro, perguntou: Simão, dormes? Não podes vigiar uma hora? (v. 37). Para quem não passou pelo novo nascimento, é difícil resistir a qualquer tentação, mesmo a do sono. Por isso, jamais confie nas pessoas que chegam à igreja e logo querem ser obreiras. Só quem está em Cristo pode realizar a obra divina.

Pela segunda vez, Ele orou as mesmas palavras e, voltando, achou-os dormindo outra vez, porque seus olhos estavam carregados de sono e não sabiam o que responder (v. 39,40). É preciso estar em comunhão com Deus, sem tentação no coração, e não deixar nada tomar o lugar da ordem expressa do Senhor. Somente os que estiverem bem na fé cumprirão a missão de sempre vigiar e orar.

Após a terceira oração, o Mestre, resignado, disse-lhes: Dormi agora e descansai. Basta (v. 41). Por não ter sido atendido pelo Pai (visto que os homens não conseguem lutar sem receber de Deus a força), não adiantava mais orar, e sim se conformar com a aproximação do momento do sacrifício, quando seria entregue aos pecadores. Cristo convidou os discípulos a se levantarem e saírem dali, porque estava perto aquele que O trairia (v. 42). A sorte estava selada!

Nunca teremos de enfrentar as lutas que Jesus enfrentou, mas há outros tipos de batalhas. Portanto, precisamos estar bem com o Altíssimo para não sermos vencidos pelo mal nem por medo. Deus nos assistirá em todas as situações, se Lhe dermos lugar em nossa vida. Que a vontade do Senhor sempre seja feita em nós!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares