Quem inicia na fé em Cristo jamais deve julgar o que vê ou ouve pelos olhos humanos. Muitos acham que, ao se converterem, estão fazendo um favor a Deus. Na verdade, o Senhor é quem faz um grande favor ao pecador. Quando este passa por provações, ele diz que isso está errado e questiona: “Já que Deus tem todo o poder, por que não me livra dos males?

Saulo de Tarso, o qual passou a ser chamado de Paulo, estava sendo levado a Roma, pois fora detido sob a acusação dos judeus de ter pregado a Verdade. Nem sempre o preso é culpado. Há casos em que o erro não passa de mal-entendido, como ocorreu com o apóstolo. Paulo despertava ciúme e ódio nos judeus, porque, ao falar de Jesus, muitos se convertiam ao Evangelho, e isso era mal aos olhos de seus opositores.

Fazia dias em que o sol não aparecia durante o dia, nem as estrelas, à noite, visto que chovia continuamente. As ondas do mar estavam bem altas, por causa do vento e do mau tempo no mar Adriático. Em Creta, antes de todos zarparem, o apóstolo disse ao capitão que era melhor passarem o inverno ali, porque seria uma viagem bem perigosa e, por certo, aconteceriam coisas desagradáveis para os embarcados e o navio também.

Como ele era um prisioneiro, não lhe deram atenção. Porém, ele era servo do Altíssimo, que sabe de tudo. O comandante do navio se recusou a atender Paulo e partiram. Ao enfrentarem aquele aperto, perceberam que deveriam ter ficado na ilha de Creta; no entanto, era tarde demais. Resultado: ficaram muitos dias sem comer, lançando as cargas do navio ao mar para aliviar o peso.

Após o período sem comida, no qual só viam a morte se aproximar, Paulo disse: Fora, na verdade, razoável, ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perdição (At 27.21). Mas ninguém lhe deu ouvidos. Então, ele lhes deu uma boa notícia, dizendo que, naquela noite, um anjo de Deus estivera com ele, levando uma mensagem do Altíssimo destinada a quem estava a bordo: ninguém se perderia, a não ser o navio (v. 22).

O anjo disse ao apóstolo que não temesse, pois ele seria apresentado a César, o imperador (v. 24). Quatorze dias se passaram, e os marinheiros planejavam abandonar a embarcação e se lançar nas águas, a fim de achar alguma terra. Paulo chamou o capitão e falou: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos (v. 31). Então, o servo de Deus tomou um pão, deus graças e comeu, e todos fizeram o mesmo (v. 35). O ânimo de todos voltou.

O navio encalhou entre dois mares e se abriu com a força da água. Todos se lançaram nas águas. Quem sabia nadar nadou; quem não sabia se agarrou a tábuas e chegou à praia (v. 43,44). A ilha era habitada por bárbaros, os quais, vendo que Paulo era o preso, diziam que a justiça não o deixaria viver. O apóstolo usou o poder divino, e eles viram que aquele era um homem de Deus.

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares