O pedido feito pelos israelitas aos edomitas mostra como o povo de Deus deve se portar em qualquer situação. De Isaque e Rebeca nasceram Jacó e Esaú, mas a confusão entre eles se iniciou ainda no ventre da mãe, quando o mais forte lutou contra o mais fraco e o venceu, nascendo primeiro. Portanto, Esaú foi o primogênito e, com isso, herdou o dobro do irmão. No entanto, o vencido se fez digno do nome Jacó e o suplantou.

Mais de quatro séculos haviam-se passado, mas o relato das ações de Jacó ainda permanecia no coração dos filhos de Esaú. Agora, quando os israelitas voltavam do Egito, dirigidos pelo Senhor, precisaram usar o território de Esaú para chegar ao seu destino. Então, Moisés fez um pedido humilde aos irmãos, mas a resposta obtida, além de negativa, foi arrogante e má. Os israelitas não queriam discutir o passado, apenas pedir que os deixassem passar por lá.

Em vez de receberem os israelitas como irmãos, os filhos de Esaú foram ao encontro deles com seu pessoal armado. O povo de Israel havia garantido que não daria prejuízo algum a eles e respeitaria as plantações e vinhas, porém não foi atendido. Por que guerrear se os povos do mundo são irmãos? Infelizmente, a falta de sensibilidade das nações exclui os necessitados dos que têm prosperado, e, assim, seus cidadãos se alimentam mal e vivem precariamente. Por que os homens são assim?

Os descendentes de Jacó precisavam de uma ajuda que nada custaria a Edom, mas tiveram seu pedido negado. Moisés enfatizou que não usaria sequer a água daquelas terras, mas, mesmo assim, não foi atendido. Os edomitas ignoraram que os misericordiosos alcançam misericórdia (Mt 5.7) e só não foram destruídos por causa do temor a Deus que havia nos israelitas. Os insensíveis precisam acordar, pois serão julgados pelo pecado de omissão.

O pedido enfatizava que seguiriam pela estrada real, onde outros povos tinham autorização para passar; no entanto, não foram autorizados. O Senhor é vigilante e justo. Ele havia prometido que abençoaria os que abençoassem a semente de Abraão, mas os que a amaldiçoassem seriam amaldiçoados (Gn 12.3). Em vez de acolher seus irmãos, os edomitas não só lhes viraram as costas, como também os ameaçaram de morte. Que coração duro eles tinham!

Os servos de Deus devem observar seu próprio caminho, a fim de não se desviarem nem para a direita nem para a esquerda e cumprirem toda a justiça, mesmo que tenham necessidades prementes e vitais. A falta de amor ou misericórdia de alguns não deve nos tirar do temor ao Senhor e à Sua Palavra. Observar o direito é importante em todos os aspectos; de outro modo, perderemos a direção e o contato com nosso Pai santo.

Moisés e seus liderados entendiam a importância de manter a palavra dada até passarem pela terra de Esaú. Também devemos ter a mesma disposição; afinal, o fato de sermos de Deus não nos dá o direito de abusar do próximo. Sempre respeite o direito!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares