Desconhecemos o que a ordem divina provocou no coração de Abraão, mas ele não foi irresponsável. Deus qualificou Isaque de modo perfeito e mostrou o que deveria ser feito com ele. A instrução vinda do Céu nunca gera desconfiança no coração da pessoa que a recebe. A Palavra do Senhor o fez caminhar seguro até o lugar do sacrifício, pois cria que, se Isaque morresse, Deus o traria de volta à vida. A fé sempre é a certeza (Hb 11.1)!

Provavelmente, Abraão tremia ao ouvir o Senhor. Como conhecia o método de Deus habilitar alguém para grandes missões, o patriarca sabia que, no mundo, teria aflições (Jo 16.33). Estudemos cada expressão do versículo estudado, para aprendermos a respeito da direção do Senhor. Quando Ele prepara algo, Seus ditos jamais sofrem mudança, mas são confirmados segundo a Sua boa vontade.

A voz divina ordenou que Abraão tomasse o próprio filho. Custou muito para ele ter no colo um descendente seu e de Sara. Veja, Ismael não era o filho prometido. Deus não quis que Abraão fosse pai até o nascimento de Isaque. Ismael é, assim, um acerto humano, um remendo, querendo “consertar” o que o Senhor não quis fazer. Só que Ele não precisa dos planos nem da ajuda do homem.

Para que não restasse dúvida, Deus disse: O teu único filho. Aquele servo entendeu de que se tratava de Isaque, o menino que viera fora de qualquer possibilidade humana. Ora, o Todo-Poderoso não tem problemas e cumpre Suas promessas. Abraão deve ter pressentido que algo sério lhe seria revelado acerca do jovem e continuou a escutar.

O Altíssimo, então, pronunciou o nome: Isaque. Que tarefa linda o amigo de Deus estava recebendo! Afinal, já possuía experiência em andar com Ele! Nós também a teremos quando Lhe obedecermos. Lembre-se do que aconteceu no mar da Galileia com Pedro. Quando viu o Salvador caminhar sobre as águas, ele pediu permissão para ir até o Mestre. Pela fé, o apóstolo declarou: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. Logo ouviu: Vem. Assim, Pedro desceu do barco e andou sobre as águas.

Deus continuou a falar com o patriarca, dando mais detalhes: A quem amas, e vai-te à terra de Moriá. Nada mais faltava. Por que tanta certificação sobre o filho? Ora, não poderia haver erro sobre quem deveria ser sacrificado. A missão dada a Abraão provaria o amor de Deus por nós, quando ainda éramos pecadores, e não após Jesus nos salvar e nos limpar de todo erro. O amor do Pai por nós nunca deixou de existir. No entanto, Ele nos prova.

Em seguida, as palavras do Onipotente foram: Oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. Aquele que estava certíssimo de que seria pai, crendo contra a esperança por ter quase cem anos (Rm 4.18), recebia outra palavra: a de oferecer seu filho em sacrifício. Porém, no final, Deus proveu o cordeiro. Aleluia!

Em Cristo, com amor,

R. R.  Soares