Grande é o contraste entre os amigos de Jó e Jesus! Os consolados por Cristo se tornaram consoladores de verdade. Os amigos de Jó faziam o melhor que podiam, mas, na verdade, estavam importunando o patriarca, que ignorava a razão do seu intenso sofrimento. Jó ficou perturbado com a insinuação deles, a qual era verdadeira, mas a causa do seu mal permanecia desconhecida. Porém, ele precisava saber qual era, para se livrar daquele flagelo!

Muitos se dizem preparados para fazer a obra divina – inclusive, julgam os que pregam a Palavra conforme Jesus pregava –, mas só sabem uma parte do Evangelho. Cristo falou que nos deu o exemplo: Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15). Os “consoladores” atuais fariam melhor se relessem os evangelhos como se jamais os tivessem lido e meditassem nas práticas e declarações do Senhor.

Esses consoladores fazem um trabalho lindo, pois falam do amor de Deus, da santidade imprescindível para os seguidores de Cristo, mas precisam conhecer um pouco mais dos ensinamentos bíblicos, como Apolo: Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João (At 18.25). Até os 12 apóstolos estavam incapacitados para receber tudo (Jo 16.12)!

Os ministros do Evangelho devem saber que estão debaixo das ordens de Cristo. Elas foram colocadas nas Escrituras, para que acertássemos na execução da obra. No entanto, quem não lê a Bíblia nem medita nela se esquece do que deve falar ou aprende parcialmente seus ensinamentos. Até algumas atitudes provam isso, porque Jesus disse ser manso e humilde de coração, porém alguns deles se referem a nós com um ódio visível no rosto!

Por que haver divisão no Reino de Deus, depois do que Jesus disse aos apóstolos, os quais proibiram o homem de expulsar demônios em Seu Nome? Ele não estava no rol dos ministros da igreja, por isso não podia fazer aquilo: E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue (Mc 9.38). Que coragem os 12 tiveram, não é verdade?

Ao falar da intrepidez em desautorizar o pregador de outra congregação de falar de Cristo e da obra, que era semelhante à do grupo, os apóstolos foram repreendidos pelo Líder: Jesus, porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim (Mc 9.39). Quantos oraram para que Deus não deixasse determinada pessoa pregar, pois estava arruinando o ministério? Misericórdia para quem fez isso!

Os consoladores de Jó foram chamados de molestos. Que tipo de consolador temos sido? Os discípulos não se lembraram de um dos primeiros ensinamentos do Mestre: Porque quem não é contra nós é por nós (Mc 9.40). Que consoladores eles eram? Misericórdia! A nossa conduta é mostrada pelas nossas obras, palavras e lições que recebemos e damos. Que a sua vida e o seu ministério glorifiquem o Senhor!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares