A obra do Senhor na vida de Saulo foi perfeita. O autoconfiante fariseu teve de cair por terra para reconhecer que perseguia o próprio Deus. Um dia, os judeus, de modo geral, também chegarão a essa conclusão. Até hoje, o véu usado por Moisés para que os israelitas pudessem olhar para ele, ao descer da montanha, continua sobre o rosto deles. Por isso, não conseguem enxergar em Jesus o mesmo Jeová que fez a aliança com Abraão.

Podemos dizer que Saulo se sentiu o máximo indo contra a igreja cristã, considerando que ela era composta de pessoas enganadas ou inescrupulosas. No entanto, quando viu a luz que o cegou, caiu por terra e reconheceu que aquilo só podia ser um sinal de Deus. Muitas pessoas não sabem o mal que fazem a si mesmas ao perseguirem os servos do Senhor. Por puro orgulho humano e religioso, não aceitam Jesus como o Enviado do Altíssimo.

Enquanto insistimos no que achamos certo, não damos lugar ao Espírito Santo, para que nos revele a verdade conforme ela é. A tradição dos homens leva os fracos na fé a não aceitarem que alguém fora do grupo deles seja usado por Deus. Eles preferem creditar o que acontece a algum feito do diabo. Por outro lado, eles, que dizem ser de Deus, não provam que o Altíssimo habita neles e os usa de modo melhor.

Saulo prestou atenção à voz que o chamava pelo nome. Ora, o que fazemos de bem ou mal a um dos discípulos de Cristo fazemos a Ele. Por isso, a pergunta foi: Por que me persegues? Isso mostra que Deus vela por nós e nos guarda de muitas coisas ruins, das quais só saberemos depois do arrebatamento da Igreja. Ele nos ama!

Perseguimos a obra divina quando falamos mal de algum pregador que não está em nossa igreja ou lançamos suspeitas sobre o uso dos recursos provenientes do povo de Deus. Ora, se o Senhor dirige a Sua Igreja, Ele sabe o que faz. Ninguém é fiscal dela, só o Espírito Santo. O Pai celestial soube conduzir a Sua seara até hoje e continuará a fazê-lo com zelo e sabedoria.

Saulo estava na ignorância espiritual. Mesmo tendo sido ensinado pelo famoso mestre do judaísmo, não conhecia o amor de Deus revelado na cruz. Saulo achava que ainda não tinha se cumprido o que Moisés escrevera sobre o Salvador (Jo 5.46). Porém, não teve dúvida de que Deus o visitava naquele momento, na estrada para Damasco, para frear a perseguição contra a Sua Igreja. Precisamos que o Pai celestial visite os rebeldes.

Que amor Saulo recebeu do Altíssimo! Isso mostra que Deus não trata aqueles que não conhecem o Evangelho com mão de ferro, e sim com sabedoria e amor. Ao chamar o nome de Saulo duas vezes, Deus mostrou pressa no que faria. A repetição demonstra que é preciso ser ágil ao tomar a decisão de obedecer ao Pai. 

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares