A loucura do ímpio o leva a se imaginar melhor do que os outros, pois se sente “o tal”. Nabucodonosor, rei da Babilônia, imaginava-se tão grande, que construiu uma estátua de ouro puro com a sua figura para que todos a adorassem. Ao saber que três jovens hebreus não se dobraram diante dela, como decretara, encheu-se de furor e tentou barganhar para que mudassem de ideia e fizessem um ato simples; dessa forma, eles não seriam punidos.
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego disseram que não responderiam sobre esse assunto, pois o Deus a quem serviam iria livrá-los, e, mesmo que o escape não fosse possível, eles não serviriam aos deuses daquele rei nem adorariam sua estátua de ouro. Então, o rei se encheu de furor, mudou o seu semblante e ordenou que o forno fosse aquecido sete vezes mais do que o normal (v. 19). Era o encontro do campeão da maldade com os heróis de Deus.
Nabucodonosor ordenou que os homens mais fortes do seu exército atassem os jovens e os lançassem no forno de fogo ardente (v. 20). Porém, isso não moveu o coração dos três rapazes para pouparem a própria vida; afinal, criam que o Senhor tinha poder para livrá-los. Eles foram atados com suas capas, seus calções, seus chapéus e suas vestes e lançados dentro da fornalha. De um lado, um rei raivoso e, do outro, três jovens servos do Altíssimo. Que lindo quadro!
No entanto, houve um incidente. Como o rei exigia pressa, os fortes soldados chegaram muito perto do fogo, e as labaredas saltaram para as suas roupas e os mataram; assim sendo, os jovens caíram dentro da fornalha. Naquele momento, houve uma obra de Deus como nunca ninguém vira antes. Em vez de se queimarem, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego andavam de um lado para o outro dentro do fogo, que não teve poder para atingi-los, o que prova a intervenção celestial.
O rei ficou espantado e se levantou, indagando a seus capitães se não haviam lançado três homens atados na fornalha. Eles responderam que sim – tinham feito conforme ordenado. No entanto, Nabucodonosor via quatro homens soltos, passeando dentro do fogo, e não havia lesão neles. Tremendo, ele disse que o aspecto do quarto homem era semelhante ao filho dos deuses. Mas, nisso ele errou, porque o Filho de Deus decidira estar com Seus servos (v. 24,25).
Que lição aquele ditador recebeu! Mesmo sob a ameaça de serem lançados no fogo ardente, os servos de Deus não se intimidaram e não voltaram atrás. A verdade do Senhor é diferente daquilo que o homem ou o Inferno dizem. Caso eles se dobrassem, teriam ido para a verdadeira fornalha com fogo inextinguível; porém, como não cederam, o fogo do homem não teve poder sobre eles. Vale a pena confiar no Senhor.
Os servos de Deus não podem negociar a sua salvação para “salvar a própria pele”. Se tivermos de morrer pela fé no Salvador, iremos até o fim. Contudo, se a sentença não veio de Deus, ela não terá poder sobre nós. Se Ele escolheu que Lhe sirvamos de modo que ao homem natural pareça cruel, devemos marchar firmes, pois, do outro lado, Ele estará esperando por nós.
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares
Deus da fornalha! Não há nada que o ser humano tenha inventado que escape da Tua operação. O que ameaça o homem comum nem de leve toca os Teus servos. Ficar ao lado do Salvador será infinitamente melhor do que estar ao lado do diabo e de seus anjos.
Que o Teu povo se prepare para Te servir de cabeça erguida, onde quer que a ameaça esteja. Ainda que, aparentemente, não haja saída para nós, isso não nos incomodará, pois conhecemos a porta que se abrirá para nos acolher em qualquer situação.
Quem está em Tuas mãos sabe o que fazer em cada situação. As armadilhas infernais não nos abalarão, pois o que mais nos importa é ser parte da Tua obra. Entregamos, então, a nossa vida para que Tu a uses como Te aprouver.