As pessoas que se cansam de persistir em alguma tarefa não sabem ser servas, por isso nunca serão bem-sucedidas na caminhada da fé. Ora, se Deus tivesse dado a Sua ordem apenas uma vez, a obra não seria feita. Jamais se insurja contra o método divino, pois ele é o melhor a ser usado em todo o tempo. Por que andar na contramão da fé e deixar de obedecer ao Deus absoluto, se Ele pode virar-lhe as costas? O Senhor é piedoso!

A mensagem que Moisés recebeu para dar a Faraó, quando este se banhava junto ao rio pela manhã, estava cheia de revelações. Deus tinha enviado o Tirado das Águas para entregar ao rei um recado cuja origem este sabia, mas não desejava atendê-lo por algumas razões. Eis uma delas: ele não queria perder seus escravos nem deixá-los livres para adorar a Deus, que era o desejo do coração deles. Para Faraó aquilo significava a perda de tão valiosa gente.

Os israelitas eram preciosos por serem herdeiros de todas as bênçãos do Senhor e, com isso, sabiam trabalhar bem. Se fossem libertá-los, os egípcios ficariam sem a mão de obra barata que tanto os ajudavam a manter aquela sociedade. Assim, sabendo que não conseguiria comprar outras pessoas para substituir os herdeiros da promessa, o rei nunca cederia. Como Moisés ia adiante de Deus e intercedia pelos seus irmãos, com a progressão das maldições, um dia viria o sim!

Esse é um dos princípios ensinados por Jesus, quando falou da oração da importunação da viúva e explicou por que o injusto juiz resolveu atender ao pedido dela: E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito (Lc 18.4,5).

Alguns fatores impedem muita gente de ser usada por Deus. Um deles é o despreparo para suportar as lutas surgidas no ministério. A pessoa conseguirá enfrentá-las se tiver o conhecimento da vontade divina; do contrário, fará coisas erradas e nem se prestará a orar, para que o Senhor a instrua até o ponto necessário. Infelizmente, muitos haverão de chorar amargamente quando virem que receberemos a justa coroa da justiça e eles não (2 Tm 4.8).

Moisés tinha de repetir esta frase: [...] Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto (Êx 7.16). Com isso, o coração do rei malvado ia se quebrantando sempre que era visitado pelo servo do Altíssimo. As suas resistências teriam de ser minadas, principalmente quando ocorresse a primeira praga: se não ouvisse Moisés, as águas virariam sangue. O coração de Faraó se enchia de dor, pois os deuses em nada o ajudavam. Os egípcios sofreriam por não ouvirem o Senhor!

Deus sabia que a estrutura quase inquebrável de Faraó não aguentaria tantas provações. O povo falava da dureza de coração do rei, que traria mais problemas a todos. No entanto, pela insistência do Senhor, ele mudaria a sua resposta e daria o sim a Moisés!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares