Jacó se irou com Labão, que o perseguia como se ele fosse um ladrão. Então, ele perguntou ao sogro: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido? (Gn 31.36). Muitas pessoas desrespeitam o direito à prosperidade, e Labão era uma delas, por isso foi atrás de Jacó para destruí-lo. O sogro não tinha consideração por nada, e, se Deus não o tivesse repreendido, Jacó teria enfrentado problemas maiores.

No desespero, o sogro apalpou os móveis do genro sem achar nada neles. Diante desse ato, Jacó disse a ele que devia se colocar diante da sua família e da dele, e que os familiares julgassem entre os dois (Gn 31.33,37). Aquela importunação precisava parar, pois algo ruim estava prestes a ocorrer, e isso prejudicaria as duas famílias. Ele diria mais coisas que fariam o sogro desistir daquela insanidade. Deus sabia aonde iriam chegar!

Jacó lembrou a Labão que, nos 20 anos em que estivera com ele, o Altíssimo não havia permitido que nenhuma das cabras abortasse. Ora, tal fato só era possível por obra divina. Ele também afirmou que jamais comera os carneiros do rebanho de Labão (Gn 31.38). Sem dúvida, isso acontecia por causa da fé e do amor de Jacó para com Deus, o qual nunca o abandonou e o assistia na sua defesa. Deus faz o mesmo hoje com aqueles que O amam!

Se atualmente fosse julgado o tratamento que Jacó recebeu do sogro, este seria processado e julgado por submeter Jacó a um sistema análogo à escravidão. O tio-sogro era tão injusto que não reconhecia no sobrinho-genro a pessoa que o ajudou muito e, agora, deveria edificar a sua casa, pois já tinha filhos, a herança do Senhor. Até os animais furtados à noite das mãos do filho de Rebeca estavam sendo requeridos (v. 39). Só o eterno Juiz para julgar tal causa, e Ele estava fazendo isso!

O genro velava sobre os rebanhos do sogro no calor escaldante do dia e nas noites gélidas. Ele perdeu até o sono nessas vigílias, sem nunca ter sido reconhecido por essa tarefa (v. 40). O trato era puramente comercial e desigual para ele. Ainda hoje, em muitos lugares, há pessoas sendo injustiçadas, e não adianta reclamar com ninguém, e sim confessar a sua falta e pedir misericórdia. A mão de Deus é a única capaz de socorrer em situações semelhantes. É preciso clamar pela justiça!

Jacó lembrou a Labão que passara 20 anos na sua casa. Durante 14 anos, serviu ao tio pelas duas filhas. Os primeiros sete, para se casar com Raquel, mas o sogro o enganou e lhe deu Leia como esposa. Questionado, o sogro informou-lhe que, se trabalhasse mais sete anos, poderia levar Raquel também, e assim aconteceu. Nos últimos seis, trabalhou para adquirir um rebanho. Apesar de tratarem previamente sobre o que receberia por tomar conta do rebanho, o sogro mudou o seu ganho dez vezes!

Para terminar, o filho de Rebeca lembrou que, se não fosse o Deus de seu pai – o Deus de Abraão e o Temor de Isaque – ter sido com ele, certamente iria embora de mãos vazias (v. 42). Jacó disse que o Todo-Poderoso atendeu à sua aflição e ao seu trabalho, repreendendo-o na noite anterior. Eles se entenderam e fizeram as pazes. Jacó continuou a viagem e não se falou mais de Labão. O Senhor é fiel!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares