Houve em Israel um juiz cuja origem não era boa, mas ele trazia a imagem e a semelhança de Deus. Jefté, filho de uma prostituta com Gileade, da tribo de Manassés, descendente de José, filho de Jacó, foi renegado pelos meio-irmãos por não ser fruto do casamento de Gileade com a mãe deles. Ele se encheu de desgosto e ódio pelo tratamento recebido dos seus parentes e se juntou aos que nada valiam (Jz 11.1-3).
A pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é ser rejeitada e tomada pela tristeza, porque, desse modo, a tendência dela será optar pelas práticas ruins. A discriminação vem de Satanás, o qual deseja acabar com todos. Ora, não há motivo para alguém discriminar quem quer que seja, como fizeram os outros filhos de Gileade. Quando isso ocorre na própria família, o desprezado pode se estragar completamente. Ora, que culpa tinha Jefté, se o seu pai usou uma prostituta para trazê-lo ao mundo? E que irmãos, hein!
Os maiorais de Israel não encontraram ninguém para comandar o país prestes a entrar em guerra, por isso procuraram Jefté e suplicaram-lhe que fosse com eles. Mesmo magoado, o seu coração não o deixava amar a derrota que seu povo sofreria, caso recusasse. Como tinha o estigma de ser filho bastardo, exigiu que as promessas feitas a ele fossem registradas. Logo enviou mensageiros ao rei de Amom, perguntando a razão de ter decidido tomar a terra que era deles havia mais de 300 anos.
Na troca de mensagens, um histórico dos fatos foi relatado até o momento da tentativa de tomar a terra de Israel. Como o rei amonita estava inflexível, o novo juiz de Jerusalém ordenou a batalha contra ele e o venceu. Assim, Israel ficou feliz, e Jefté fez um voto ao Senhor, mesmo que Este não tenha lhe pedido nada: [...] Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto (Jz 11.30,31).
Por ter firmado essa palavra a Deus, Jefté teria de cumpri-la (Ec 5.4). Ao ver sua filha alegre, esbanjando beleza e vida, chorou por causa do que havia prometido, mas ela disse que estava tudo bem (Jz 30.34-36). A jovem pediu-lhe que a deixasse ir pelos montes para chorar a sua virgindade, a ser oferecida em holocausto a Deus (v. 37). Isso não significava que ele a mataria em oferta ao Senhor.
Depois de dois meses, a filha de Jefté foi entregue ao tabernáculo para viver fazendo a obra lá. Por causa disso, ela nunca se casaria. Seu pai ficou triste, porque ela era filha única e, com isso, não lhe deixaria semente. Quando se fala em holocausto, logo relacionamos essa palavra à morte de animais, mas, no caso dela, foi uma consagração forçada. Foi bonita a atitude dela em aceitar tal voto.
Dizem as Escrituras que a jovem não conheceu varão, vivendo para fazer a vontade de Deus. Desse ato veio o costume em Israel de outras moças se dedicarem ao trabalho no tabernáculo (v. 39,40). Eis a lição que fica: Jefté não precisava ter feito essa promessa, mas, uma vez feita, teve de cumpri-la. Hoje, não se faz mais isso!
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares
Senhor dos perfeitos votos! O discriminado Jefté se tornou o novo juiz do povo de Deus, mesmo tendo sido gerado no corpo de uma prostituta. Quantas pessoas foram proibidas de entrar na Tua casa por também terem sido geradas de modo semelhante?
Ele foi o único que podia fazer a obra contra Amom e a fez, pois Tu não o rejeitaste e o usaste para liquidar com a perturbação criada pelo rei amonita. Tu fizeste o expulso da própria casa ser a pessoa mais importante do Teu povo naqueles dias. Tu és lindo!
Somos gratos pela nossa eleição, quando os desprezados por todos acham lugar de descanso e paz nos Teus braços! Por isso, Tu és amado por quem procura Te servir de verdade. Quando Tu apontas alguém, certamente essa pessoa é a melhor para realizar a Tua obra!