Ao cumprir o prometido, depois de sete anos – provavelmente, o tempo que durou a guerra para ocupar Canaã –, as tribos que foram ajudar seus irmãos a se estabelecerem no lado ocidental do Jordão, deixando a família no lado oriental, voltaram com muitas riquezas às suas moradias. Elas receberam as terras de Seom, rei de Hesbom, e de Ogue, rei de Basã, os quais não deixaram o povo passar pelas suas terras e guerrearam contra Israel, mas foram derrotados (Nm 21.33-35)!

Moisés repartiu a terra conquistada pela maldade daqueles reis, pois o patriarca lhes havia escrito pedindo permissão para passar pelo território deles, avisando-lhes que pagaria as despesas causadas pelo povo ou pelo gado na plantação deles, e até os ressarciria pela água a ser consumida pelos judeus. As terras foram dadas às tribos de Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés. Quem não é solícito para com os outros sofre as consequências de seus atos. Intentaram destruir o povo de Deus, mas foram destruídos!

Em determinado momento, tudo parecia estar bem, pelo menos aos olhos do comandante Josué. Então, ele avisou às duas tribos e meia, as quais foram socorrer seus irmãos, que era hora de voltar às suas tendas, para junto de seus familiares, e desfrutar da vida na nova terra. Um pequeno grupo tinha permanecido no arraial, a fim de tomar conta das mulheres, dos filhos e dos rebanhos, enquanto outros homens batalhavam para conquistar o pedaço deles. Esses serviam a Deus!

Pelo aspecto humano, os israelitas foram imprudentes. Se os que ficaram para proteger suas famílias tivessem de enfrentar o ataque inimigo, como teria sido? Não dariam conta! Porém, o Senhor guarda quem confia nEle. A peleja era do Altíssimo, e Ele não deixaria o adversário tocar neles. Na verdade, os israelitas não agiram irracionalmente, pois contavam com o seu Protetor. Depois, os homens voltaram da guerra, e tudo estava bem!

Precisamos aprender com eles. Se Deus nos enviar para batalhar pela evangelização em nações contrárias ao cristianismo, devemos ir e fazer a obra como Ele ensina. Não há nada a temer, mesmo deixando a família sozinha. Será que realmente cremos no Senhor? A nossa fé se assemelha à deles, ou não conseguimos confiar nas promessas e declarações do Altíssimo? Qual é a razão de não acreditar em Quem sempre confirmou a Sua Palavra?

Foram incontáveis as batalhas travadas para expulsar os povos de Canaã e, então, por ter cumprido o mandamento, Josué os liberou, instruindo-os a voltar com as riquezas amealhadas honestamente, segundo a lei do despojo vigente naquela época. Não houve da parte do comandante o menor desejo de abandonar tudo o que conquistaram lá. Eram a recompensa e o salário conquistados após arriscarem a vida diante de um perigo real.

Moisés os orientou a repartir com seus irmãos o despojo dos inimigos. Certamente, quem foi deixado para proteger os que ficaram também deveria receber igualmente. Afinal, deve-se dar a quem tomou conta da bagagem o mesmo concedido a quem lutou na frente de batalha até a vitória (1 Sm 30.24).

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares