A tensão naquele momento era grande, pois não havia nada a ser feito no tocante ao holocausto, só chegar à finalização. Abraão foi até o fim em sua obediência ao Senhor. Naquela prova, o campeão não poderia falhar; do contrário, não seria obreiro aprovado. Parecia que o Todo-Poderoso não mudaria de atitude, e também o patriarca continuaria a obedecer até que viessem novas ordens dos Céus.
Abraão estava decidido a ir até o fim, porque sabia que o Senhor não é homem para voltar atrás nem se arrepender do que diz (Nm 23.19). O amigo de Deus não sabia que o sacrifício não terminaria com a morte do seu filho; porém, como foi ensinado a ser fiel ao Altíssimo, não discutia o fato de dar a vida do seu filho. Nunca houve pedido igual do Senhor a ninguém, nem haverá. Aquilo tudo era simplesmente uma prova para o servo de Deus confirmar a sua obediência.
O patriarca estendeu a mão e tomou o cutelo, decidido a cumprir o que lhe fora dito, crendo que até dos mortos o Senhor ressuscitaria seu filho. Como disse anteriormente, vou repetir: Deus nunca havia solicitado a alguém um sacrifício dessa natureza antes, e nem o fará outra vez. Se você ouvir uma voz pedindo esse tipo de coisa, repreenda-a na mesma hora, porque, sem dúvida, ela não vem dos Céus, e sim do Inferno.
Se Deus não falasse e Abraão sacrificasse seu filho? Ora, quem é experimentado na fé sabe que o Todo-Poderoso jamais muda Seus planos. Na verdade, esse caso simbolizava o que Ele faria depois em favor da humanidade, ao dar Seu Filho para morrer em nosso lugar. O homem não tinha condições de suprir essa necessidade, mas o Pai sim e fez Seu servo chegar ao momento final da vida de Isaque, para bradar dos Céus dizendo que não fizesse aquilo.
Abraão conhecia a voz do anjo do Senhor fazia algum tempo; afinal, a sua experiência ainda em Ur dos caldeus foi tão marcante e decisiva, que ele saiu da sua terra e seguiu para uma que lhe seria mostrada. No instante em que iria imolar Isaque, o anjo lhe disse que não fizesse aquilo. Se demorasse um pouco mais, seria tarde, e um pouco menos não seria a voz de Quem é perfeito.
As palavras do enviado do Senhor deixou o patriarca aliviado. Em seguida, o anjo declarou: Porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único (Gn 22.12). A obediência fez Abraão ser aprovado perante o Altíssimo. Com isso, ele provou que jamais falharia em seu coração.
Aquele brado era tudo o que ele precisava ouvir. De outra maneira, teria cumprido a primeira ordem. Enquanto não recebemos uma clara e nova ordem celestial, devemos continuar fazendo o que nos foi dito pelas Escrituras. Hoje, o Senhor não pede sacrifícios humanos nem de animais para Ele operar, e sim que, simplesmente, creiamos na Sua santa Palavra.
Em Cristo, com amor,
R. R. Soares