Dia do Professor proporciona reflexão sobre a importância da parceria entre escola e família

Por Alessandra Nunes, do Ongrace

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No Brasil, nessa terça-feira (15) se comemora o Dia do Professor. A data remete a um marco histórico: em 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I promulgou uma lei que criou o Ensino Elementar no país, determinando que todas as cidades tivessem escolas de Primeiro Grau. Mais de um século depois, a importância dessa data foi reconhecida pelo Decreto Federal nº 52.682, de 14 de outubro de 1963, com a oficialização do feriado escolar.

A celebração marca não apenas a história da educação no país, como também é uma homenagem aos profissionais que dedicam a vida ao ensino. No Brasil, 2,2 milhões de docentes atuam na Educação Básica, e 323.376 no Ensino Superior, segundo o último levantamento feito em 2021 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Entretanto, os desafios enfrentados pelos educadores em sala de aula são cada vez mais evidentes. A professora de Língua Portuguesa e Produção Textual do Ensino Básico, Júlia Tavares, destaca a falta de interesse dos estudantes como o fator mais desgastante para os profissionais. “Muitos desses casos se devem ao uso do celular ou à falta de maturidade dos alunos para entender a importância das aulas. Alguns adolescentes não aceitam ser advertidos por conversar excessivamente e atrapalhar a turma. Por isso, tentam afrontar e desmerecer o nosso trabalho. Além disso, a extensa carga horária é cansativa, pois trabalhamos em casa para atuarmos em sala, planejando, executando e corrigindo exercícios e provas”, revela a docente.

Esse cenário, marcado pela falta de engajamento, evidencia a necessidade de uma abordagem mais ampla na educação. A pedagoga Jucimara Oliveira, líder do ministério Crianças que Vencem (CQV) da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD), destaca que a educação não deve ser um esforço isolado, porque se trata de uma parceria entre escola e família. Ela ressalta que os pais desempenham um papel fundamental na formação dos filhos, e, quando essa conexão falha, os alunos sentem o impacto no desempenho escolar e na formação deles como cidadãos.

A pedagoga aborda, inclusive, a interpretação errada de Provérbios 22.6, que diz:
Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. “Muitas pessoas usam esse versículo como se fosse o texto áureo da igreja, como se a responsabilidade da educação pudesse ser terceirizada. Diversas vezes, os pais empurram essa responsabilidade, negando a eficácia da presença paterna e materna, do olhar nos olhos e da correção com amor, transferindo essa tarefa para diferentes profissionais”, enfatiza.

Jucimara frisa que a igreja tem buscado auxiliar no processo de crescimento espiritual das crianças, como uma forma de preencher certas lacunas deixadas pelos pais. “Os professores da EBI recebem o mesmo preparo de um pastor de ovelhas, para que conduzam os pequenos a se alimentarem com a comida espiritual essencial para o seu desenvolvimento integral e a ouvirem a voz de Cristo. Na escolinha, temos uma equipe multidisciplinar e promovemos a inclusão, a fim de levarmos todas as crianças até Jesus da melhor forma”, revela a líder.