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Humanidade ultrapassa sete dos oito limites seguros para a vida sustentável da Terra

Pesquisadores alertam que o planeta está cada vez mais próximo de um caos generalizado

Por Marcia Pinheiro, do Ongrace

Documento destaca que a destruição da natureza coloca em risco iminente a segurança energética, alimentar e hídrica – Imagem: Ilustrativa / Freepik

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Um relatório da Comissão de Saúde Planetária, assinado por 60 pesquisadores e publicado este mês na revista britânica Lancet, mostra que sete dos oito limites seguros para a vida sustentável da Terra foram dramaticamente ultrapassados. O documento destaca que a destruição da natureza coloca em risco iminente a segurança energética, alimentar e hídrica, o que aumenta as chances de conflitos, deslocamentos em massa e, nos deixa cada vez mais próximos de um caos generalizado.

Em sua introdução, o documento relata que “Cerca de 9 milhões de mortes prematuras anualmente estão relacionadas à exposição à poluição do ar e da água; 3,2 bilhões de pessoas são afetadas pela degradação da terra e muitos milhões são afetados por doenças zoonóticas, aumento de temperaturas e eventos climáticos extremos”. O artigo destaca que pessoas que vivem em locais historicamente marginalizados, especialmente pessoas que vivem na pobreza, estão particularmente em risco.


Movimento de rios, lagos e reservatórios, que tem sido impactado pela atividade humana – Imagem: Ilustrativa / Freepik
Cerca de 9 milhões de mortes prematuras anualmente estão relacionadas à exposição à poluição do ar e da água – Imagem: Ilustrativa / Freepik

Limites já ultrapassados:

1. Integridade funcional: relaciona-se à preservação da vegetação natural e seminatural do planeta. Promover essa integridade assegura paisagens terrestres e marinhas que beneficiam o bem-estar humano, tanto local quanto globalmente.

2. Área do ecossistema natural: conecta-se ao uso do solo para agricultura e espaços urbanos. Protege estoques e fluxos de carbono, água e nutrientes, além de ajudar a prevenir a extinção de espécies. Garante as funções essenciais do sistema da Terra.

3. Clima: está vinculado ao aquecimento global, que representa uma ameaça à estabilidade planetária. Pesquisadores destacam a ocorrência de temperaturas extremas, que podem resultar em milhões de mortes. A Organização Mundial da Saúde estima que as mudanças climáticas causarão 250 mil mortes adicionais todos os anos entre 2030 e 2050.

4. Nitrogênio: este nutriente é fundamental para a agricultura, mas seu uso excessivo prejudica a qualidade das águas doces, subterrâneas e potáveis, resultando em sérios danos ambientais.

5. Fósforo: assim como o nitrogênio, o fósforo é crucial para a agricultura, mas seu excesso provoca a poluição do solo e da água.

6. Fluxo de água superficial: refere-se ao movimento de rios, lagos e reservatórios, que tem sido impactado pela atividade humana, através da construção de represas para abastecimento de água, desenvolvimento de energia hidrelétrica e extração de águas subterrâneas.

7. Águas subterrâneas: a retirada excessiva de águas subterrâneas eleva o risco de inundações, especialmente em áreas costeiras que já enfrentam problemas devido ao aumento do nível do mar.


Governos, líderes empresariais e bancos de desenvolvimento têm apenas dois anos para agir e evitar uma piora na mudança climática, segundo o chefe do clima da ONU
– Imagem: Ilustrativa / Freepik

O oitavo aspecto foi violado em diversas regiões do mundo. Ele aborda os aerossóis e a poluição do ar, que estão ligados a partículas suspensas, como fuligem e poeira, afetando tanto o meio ambiente quanto a saúde humana. De acordo com o relatório, cerca de 9 milhões de mortes prematuras por ano estão associadas à exposição à poluição do ar e da água.

Cientistas afirmam que é crucial reduzir pela metade as emissões de gases de efeito estufa até 2030 – Imagem: Ilustrativa / Freepik

Humanidade tem dois anos para salvar o planeta

Governos, líderes empresariais e bancos de desenvolvimento têm apenas dois anos para agir e evitar uma piora na mudança climática, alertou Simon Stiell, chefe do clima da ONU, em abril. Cientistas afirmam que é crucial reduzir pela metade as emissões de gases de efeito estufa até 2030 para limitar o aquecimento global a 1,5°C. No entanto, as emissões de CO2 relacionadas à energia atingiram um recorde no ano passado, e os compromissos atuais não são suficientes.

Stiell destacou que os próximos dois anos são essenciais e pediu planos climáticos mais robustos, especialmente dos países do G20, que representam 80% das emissões. Ele também mencionou a necessidade de reduzir o tamanho das futuras cúpulas da COP, priorizando resultados efetivos, em conversas com o Azerbaijão e o Brasil, que sediarão os próximos encontros climáticos, ambos em novembro.

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