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El Salvador: do perigo das gangues à referência em segurança

Presidente de extrema direita diz ter resgatado valores como a coragem e o amor ao próximo

Por Marcia Pinheiro, do Ongrace

Antes considerado um dos países mais violentos do mundo, El Salvador agora chega a registrar dias sem homicídios – Imagem: Reprodução / X

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El Salvador tem se mostrado um país cada vez mais conservador. Desde 2022, o regime do presidente Nayib Bukele, reeleito em 2024, tornou-se mais rígido. Ele apresenta uma eficaz repressão às gangues e já conseguiu atingir a maior população carcerária do mundo. Calcula-se que mais de 1% dos 6,5 milhões de salvadorenhos estejam atualmente em prisões do país. No entanto, órgãos internacionais de direitos humanos acusam essa política de segurança de desprezar o Estado de direito, mandando pessoas inocentes para a prisão, algo ainda não comprovado oficialmente.

População carcerária salvadorenha é a maior do mundo Imagem: Reprodução / X

O menor país da América Central, com 6,3 milhões de habitantes, tem a maior prisão da América. O prédio, cercado por um muro de 11 metros de altura, dividido em oito alas de 6.000 m2, foi inaugurado em fevereiro de 2023. Trata-se do Centro de Confinamento do Terrorismo, ou Penitenciária de Tecoluca, localizado a 74 km de San Salvador. Ele foi projetado para acomodar 40 mil detentos.

Política de segurança pública do país divide opiniões de lideranças mundiais – Imagem: Reprodução / X

“Mais um dia sem homicídios”, tuíta regularmente o homem que tem 5,8 milhões de seguidores no X. O “Rei Filósofo”, como ele se autodenomina, está certo de ter atualizado valores como a coragem e o amor ao próximo: “A glória é de Deus”, diz o mandatário.

Em setembro de 2023, Bukele, à frente do partido Nuevas Ideas, manifestou a sua satisfação pela redução da criminalidade no país, durante discurso na tribuna da ONU: “O país que ontem era o mais perigoso do mundo tornou-se o mais seguro da América Latina”, declarou. Recentemente, na revista Time, também saudou o fato de as forças públicas, graças ao regime de emergência estabelecido após 87 assassinatos em três dias em fevereiro de 2022, terem detido desde então 81 mil pessoas.

Presidente Nayib Bukele, reeleito em 2024, é o responsável por ter transformado El Salvador num país mais seguro – Imagem: Reprodução / X

O modelo de segurança salvadorenha poderá ser seguido pela Argentina em breve. “De El Salvador não ouvíamos nada além de morte e destruição. Desde que Nayib Bukele assumiu a presidência, isso mudou de forma impressionante”, disse a ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patricia Bullrich, momentos antes de entrar em uma reunião com o presidente salvadorenho. “De um dos países mais inseguros, passou a ser um dos mais seguros do mundo”, declarou a ministra.

Não à ideologia de gênero

Outra marca do conservadorismo desse país centro-americano é o combate à ideologia de gênero. Materiais didáticos que ensinam ideologia de gênero estão proibidos nas escolas públicas de El Salvador, desde 28 de março. A decisão foi anunciada pelo ministro da Educação, José Mauricio Pineda. “Confirmado: removemos todo rastro de ideologia de gênero das escolas públicas”, publicou Pineda em suas redes sociais.

Contrário à ideologia de gênero, Bukele também defendeu o direito dos pais em saber o que os filhos irão aprender na escola – Imagem: Reprodução / X

A proibição ocorreu poucos dias após Nayib Bukele vencer as eleições presidenciais com 84% dos votos. O presidente se manifestou contra a inclusão do tema nos currículos escolares durante sua campanha. Ele também defendeu o direito dos pais em saber o que os filhos irão aprender na escola. Bukele acredita que esse ambiente deve “ensinar coisas úteis para sua vida” não “coisas contrárias à natureza, a Deus e à família”.

Perfil

Nayib Bukele se autodeclara um político de extrema direita. Ele foi eleito em 2019 com a promessa de governar com mão de ferro e, um ano depois, autorizou a invasão das Forças Armadas ao Congresso. Em 2021, promulgou leis que enfraqueceram a independência da Suprema Corte, permitindo intervenção do Executivo no Judiciário.

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