Avança projeto que veda alterações na Bíblia
25/07/2025
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Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Cigarros: estudo mostra que mais tributos sobre o produto podem prevenir mortes de crianças – Imagem: monticellllo / Adobe Stoc

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Retirar cigarros de circulação pela via tributária pode reduzir a mortalidade infantil. Essa é a conclusão de um estudo internacional publicado na revista científica inglesa Lancet, uma das mais respeitadas mundialmente. Segundo a pesquisa, o aumento de impostos sobre os produtos derivados do tabaco poderia evitar cerca de 200 mil mortes de crianças menores de cinco anos no planeta.

O levantamento avaliou dados de 94 países de média e baixa rendas, incluindo o Brasil. Tratam-se de nações em que as desigualdades econômicas e a pobreza ainda são um fator de impacto sobre a saúde das populações mais vulneráveis – problemas sociais que são agravados pela disseminação do consumo de tabaco. Hoje, sabe-se que a exposição à nicotina e aos seus derivados na vida intrauterina ou, de forma passiva, na infância, acarreta danos irreparáveis à saúde. Não por acaso, 90% das mortes gerais de crianças menores de cinco anos acontecem nos países pesquisados, assim como a prevalência do tabagismo costuma ser maior entre estratos de menor status socioeconômico.

Já nas fases jovem e adulta, o fumo é fator de risco para doenças pulmonares, como câncer de pulmão e outros tipos de câncer, doenças do trato digestivo, além de males cardiovasculares – arteriosclerose, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Mesmo considerando que houve um aumento médio de impostos nos últimos anos, o que fez essa alíquota média nos 94 países pesquisados ser, hoje, de 45%, a taxação ainda está longe dos 75% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para esse tipo de produto.

O estudo pontua que as populações de baixa renda tendem a suportar de forma desproporcional a carga da morbidade e mortalidade ligadas ao cigarro. “Descobrir se as medidas de controle alcançam ou não os grupos mais vulneráveis é fundamental para reduzir as disparidades de saúde relacionadas ao tabaco”, afirma o documento.

No Brasil, embora a taxação do produto seja superior ao recomendado pela OMS — chegou a 83% em 2024 —, o relativo preço baixo ainda é um atrativo para fumantes. “O cigarro convencional brasileiro é um dos mais baratos do mundo”, afirma o pesquisador André Szklo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para ele, o tabaco deve ser taxado com alíquotas superiores à inflação e ao ganho real do trabalhador. “A questão é garantir, pela via tributária, um preço que, de fato, desestimule o consumo.”

Quem conseguiu parar de fumar celebra a conquista. Não apenas pelos benefícios à saúde, mas também pelo alto custo financeiro deixado para trás. “Eu fumava de dois a três maços por dia”, lembra-se o contabilista Antônio Luiz Lousada Tourinho, 53 anos. Ele relata que o hábito começou no fim de adolescência, e, como em tantos casos, surgiu por influência social. “Naquela época, fumar dava certo status. Até os atores de TV apareciam fumando o tempo todo”, conta.

Antônio Tourinho ressalta que tentou, várias vezes, abandonar o cigarro, mas sem sucesso. Entretanto, há dez anos, converteu-se ao Evangelho. “Aprendi que quem fuma peca contra o Senhor e contra si mesmo”. Ele acrescenta que, aos poucos, foi reduzindo o consumo até parar de vez. Depois de vencida a batalha contra a dependência, com mais saúde, recursos financeiros e disposição para viver e servir a Deus, o contabilista testemunha que não sente nenhuma falta da nicotina. “Pelo contrário, quando passo perto de um fumante, sinto até enjoos”, conclui.

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