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A série Adolescência, lançada recentemente pela Netflix, tem chamado a atenção de pais, educadores e líderes cristãos. A produção secular expõe, com crueza e sensibilidade, dilemas vividos por muitos jovens: crises de identidade, pressão das redes sociais, conflitos familiares e anseio por pertencimento. As situações retratadas evidenciam o desconhecimento de muitos pais sobre o que os filhos consomem nas redes sociais e enfrentam no dia a dia. Tais questões servem de ponto de partida para uma reflexão sobre de que maneira a Igreja pode ajudar efetivamente os adolescentes nessa fase da vida.

Tayane Arruda, líder nacional do Jovens que Vencem Teens Brasil (JQV Teens), da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD), reconhece a necessidade de discutir os assuntos abordados na obra. Para ela, o seriado evidencia uma realidade que não pode ser ignorada. “Apesar de não ser cristã, a série retrata com fidelidade o que muitos adolescentes estão vivendo. Isso inclui dor emocional, isolamento e ausência de diálogo com os pais”, afirma Arruda, destacando a importância da escuta ativa por parte da Igreja e da família. “Fomos programados para dizer que isso ou aquilo é bobeira ou drama. Por sua vez, os adolescentes se culpam sozinhos. No entanto, eles precisam de alguém que os ouça sem julgamento, como Jesus fazia”, afirma. Na opinião de Tayane, a identidade cristã é o alicerce para enfrentar essas pressões. Por isso, é importante haver uma rotina devocional em família, pois ler a Bíblia juntos, conversar e orar são práticas que promovem cura e conexão. “A Palavra de Deus é viva. Portanto, quando é lida com sinceridade, transforma a mente, reduz a ansiedade e orienta nas decisões.”

Na mesma linha de pensamento, a pedagoga Dra. Sandra Machado atesta que a identidade cristã funciona como uma âncora em tempos de incerteza. “Com tantas vozes e ideologias, saber quem o jovem é em Cristo impede que ele seja levado por qualquer vento de pensamento. A identidade cristã afirma que o adolescente é amado, escolhido, chamado e pertencente ao Reino”, explica, asseverando que muitos não têm espaço seguro para expressar o que sentem. “A escuta ativa é um dos maiores presentes que se pode dar a um adolescente. Mesmo que ele não fale na hora, saber que pode contar com alguém gera segurança”, ressalta Sandra. A especialista defende o equilíbrio entre empatia e firmeza como caminho para o amadurecimento. “A combinação entre orientar com firmeza e amor forma caráter e fortalece a fé. O adolescente precisa de direção, mas também de espaço, princípios e empatia.” Segundo ela, é importante formar um vínculo seguro entre pais e filhos. “A escuta genuína abre portas para a confiança”, conclui.

Arquivo pessoal
À frente do JQV Teens no Rio de Janeiro com o esposo, Davison Marques, Ingrid Marques relata que a Igreja da Graça tem atuado como espaço de acolhimento e de orientação bíblica. “Falamos que a congregação precisa ser um lugar seguro, sem julgamentos, mas sempre à luz da Palavra. Incentivamos a vida devocional porque a comunhão com Deus os fortalece para resistir às tentações”, ensina a líder, reforçando a ideia de que compreender a identidade em Cristo dá firmeza. “Quando sabemos que somos filhos de Deus, conseguimos discernir o que vem dEle e o que não vem. Isso nos protege da confusão e nos dá coragem para viver de forma autêntica.”

Por sua vez, Jessica Elias de Azevedo Souza, líder dos adolescentes na sede da IIGD em Campinas (SP), salienta que o Livro Sagrado é o principal escudo no enfrentamento das tentações. “Ensinamos que a Palavra é o alicerce. Incentivamos o uso da Bíblia física, porque nela está o escape e a direção para cada situação”, aponta Jessica. Ela enfatiza que, nas reuniões semanais, são abordados temas atuais, e os adolescentes são ouvidos. “Falamos sobre ansiedade, depressão, identidade e propósito com base nas Escrituras. Muitos deles não têm esse espaço em casa, então a igreja se torna o lugar onde podem se expressar.”
