
Negligência que pode ser fatal
09/08/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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O físico alemão Albert Einstein (1879-1955), reconhecido por muitos como um dos maiores gênios científicos da história, deu a receita para a solução de um antigo antagonismo quando disse: “a ciência sem a religião é manca; e a religião sem a ciência é cega”. Pesquisadores de diversos ramos científicos vêm descobrindo que Einstein tinha razão. Cada vez mais, essas duas instâncias, tidas como incompatíveis ao longo de séculos, vem se aproximando pacificamente e de modo bastante positivo.
Uma das demonstrações mais recentes de que fé e saber se completam em benefício do ser humano foi evidenciada por um amplo estudo comandado pelo neuropsicólogo norte-americano Jordan Grafman, professor de Medicina da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos. Ao analisar a vida de centenas de voluntários de diferentes crenças, além de pessoas avessas à religiosidade, Grafman detalhou como as orações e práticas espirituais agem de maneira benéfica sobre o organismo. A pesquisa, publicada na renomada revista científica britânica Nature, demonstra como a conexão com Deus atua sobre o cérebro, desencadeando a liberação de neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar e paz interior.
O estudioso esclarece que, ao atuar sobre o sistema límbico, a região cerebral responsável pelo mecanismo de recompensa, há liberação de endorfinas e dopamina, proporcionando conforto e paz. “Uma investigação sobre religiosidade é crucial para a compreensão do cérebro e da vida. Está na hora de expandi-la”, defende Jordan Grafman, argumentando que seu trabalho mostra que o sentimento religioso –as buscas humanas por comunhão com o que considera sagrado e divino – não é uma simples característica adquirida culturalmente. Segundo ele, trata-se de uma necessidade ancestral que a ciência vincula ao processo de evolução, mas que o cristianismo considera parte intrínseca do sopro divino de vida concedido ao ser humano.
A descoberta explica por que a pessoa habituada a orar tem um profundo conforto emocional e uma percepção de transcendência. Grafman frisa que, para além do espírito, a mente também entra em ação. De acordo com o especialista, há a ativação de áreas responsáveis pela atenção, pelo planejamento e autocontrole. Para a ciência, tais mecanismos desencadeiam respostas biológicas reais, como a observada, por exemplo, a partir da ingestão de medicamentos psicoativos contra a depressão ou a ansiedade. Por tudo isso, é possível afirmar que a oração é um excelente remédio para a mente, o corpo e a alma.