Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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A região de Maanaim tem sido objeto de intensas pesquisas arqueológicas nos últimos anos. Localizada a leste do rio Jordão e, atualmente, integrante do território da Jordânia, abriga vestígios do que possivelmente foi um edifício utilizado pela realeza judaica na época do reinado de Davi (aproximadamente 1010 a.C. e 970 a.C.) e em anos posteriores.

As escavações realizadas pelo Instituto de Arqueologia de Tel Aviv, em Tall adh-Dhahab al-Gharbi, têm revelado peças, como uma plataforma que pode ter sido parte de um templo, e blocos de pedra com ilustrações de pessoas tocando lira e cenas de caça a um leão – episódios que dizem respeito à vida de Davi. Também foram encontradas representações de tamareiras e de uma cabra preparada para um banquete.

Maanaim, que significa dois acampamentos, em tradução livre, é mencionado pela primeira vez por Jacó em Gênesis 32. Mais tarde, o nome reaparece nos livros históricos do Antigo Testamento como uma rota de reis de Israel.

Em artigo publicado na revista Tel Aviv, e editada pela Tel Aviv University, o Prof. Israel Finkelstein, um dos mais renomados arqueólogos da Terra Santa, confirma que as descobertas dos blocos de cantaria têm boa correspondência com as passagens bíblicas que mencionam Maanaim. Uma delas está registrada em 2 Samuel 17.27-29, que relata a passagem de Davi pela região, em fuga do filho Absalão.

Segundo os pesquisadores, Tall adh-Dhahab al-Gharbi, às margens do rio Az-Zarqa (chamado na Bíblia de Jaboque),fica próxima a outra localidade citada na Sagradas Escrituras: a antiga Penuel, hoje chamada pelos jordanianos de Tall adh-Dhahab esh-Sharqi. Acredita-se que as duas estruturas podem ter sido erguidas por Jeroboão II, rei de Israel no século 8 (a.C.). O estilo das peças encontradas no local é semelhante ao de outros achados da época, encontrados na região do Sinai, que também era ocupada pelo reino de Israel.