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23/10/2025
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Alzheimer: Estudo traz novas revelações sobre a doença

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Estudo revela que, embora cérebro masculino apresente perda neuronal mais acelerada, Alzheimer tem maior prevalência entre as mulheres – imagem: Stock Adobe/ LIGHTFIELD STUDIOS

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Uma das doenças neurológicas mais temidas, o mal de Alzheimer, acomete mais mulheres do que homens. Um estudo divulgado na revista virtual Proceedings of the National Academy of Sciences sugere novas explicações para esse dado estatístico. Segundo um dos periódicos mais respeitados do mundo, publicado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o fenômeno não tem a ver diretamente, como normalmente se supõe, com a perda de massa cerebral pelo envelhecimento. Paradoxalmente, o encéfalo masculino encolhemais rapidamente do que o feminino. Ainda assim, são elas as maiores vítimas da demência provocada pelo Alzheimer – em uma proporção de quase duas mulheres para cada homem afetado.

A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Oslo, na Noruega, acompanhou 4,7 mil pessoas de diferentes idades ao longo de três anos. Durante esse período, os participantes foram submetidos a vários exames, como a ressonância magnética. Foi verificado que, entre os homens, a perda neuronal foi de 2% ao ano. Já no caso das mulheres, o declínio não passou de 1,2%. Desse modo, os estudiosos indicam que outras causas do campo cognitivo, como variações hormonais, predisposição genética e aspectos da vida social, têm mais influência no processo do que o progressivo encolhimento de regiões nobres do cérebro, como o hipocampo, responsável pela memória e pelo aprendizado.

“Se o cérebro das mulheres declinasse mais rapidamente, isso poderia ajudar a explicar a maior prevalência de Alzheimer nelas. Porém, o resultado foi o oposto: os cérebros masculinos mostraram um declínio mais acentuado”, disse à revista Naturea neuropsiquiatra Anne Ravndal, uma das autoras do estudo. Isso reforça a tese de que os outros fatores têm mais relevância no desenvolvimento da demência. Os pesquisadores também chamam a atenção para outro fato: como a expectativa de vida das mulheres é, em média, de seis a sete anos maior que a dos homens, elas estariam mais suscetíveis a doenças degenerativas com o aumento da idade, como é o caso do Alzheimer.

Além da perda de neurônios, a doença se estabelece a partir do acúmulo das proteínas beta-amiloide nas células nervosas, o que prejudica e acaba interrompendo as sinapses, processo de transmissão de impulsos entre elas. De progressão lenta, que pode ultrapassar os quinze anos, o Alzheimer começa com sintomas leves, como lapsos de memória e dificuldades de concentração. Com o tempo, surgem distúrbios na comunicação, redução cognitiva e desorientação. Já nas etapas mais avançadas, o paciente enfrenta perda de mobilidade, dificuldades para engolir e isolamento social, fatores que predispõe o surgimento de infecções e outros quadros graves, como asfixia e falência orgânica, que podem levar à morte.

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