Cristãos chineses pedem socorro e oração
08/11/2025
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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Está dada a largada! Neste domingo, dia 9 de novembro, começa a corrida de quase 5 milhões de candidatos em busca da sonhada vaga no Ensino Superior em 2026. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em todo o país, aplica provas nas principais áreas do conhecimento — Linguagens, Ciência Humanas, Ciências da Natureza e Matemática. São 180 questões objetivas e uma redação, em um dos maiores exames vestibulares do mundo. O Enem é reconhecido por seu caráter amplo e democrático. Neste ano, 60% dos inscritos são mulheres. Do total de candidatos, 2,1 milhões têm 17 ou 18 anos da idade. Na outra ponta da pirâmide etária, estão 17 mil concorrentes com mais de 60 anos.
Criado em 1988, o Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Com provas aplicadas em dois dias — neste ano, dias 9 e 16 de novembro —, tornou-se a principal porta de entrada para a Educação Superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O exame também se destaca pela inclusão: há provas em Braille, adaptação de acesso a candidatos com dificuldades de mobilidade e sistema de aplicação para pessoas privadas de liberdade. Em 2025, o Sisu ofertou em torno de 270 mil vagas em universidades públicas.
A edição deste ano traz mudanças importantes. Pela primeira vez, o Sisu, que seleciona estudantes para vagas em universidades públicas, considerará não apenas as notas obtidas nas provas de 2025, mas também as de 2023 e 2024. Assim, quem prestou o exame em anos anteriores poderá usar o melhor desempenho obtivo no período. Especialistas preveem, com isso, um aumento nas notas de corte — o índice necessário para aprovação — nos cursos mais concorridos. Apesar da resistência de alguns estudantes que prestarão a prova pela primeira vez, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entidade que realiza o concurso, manteve a diretriz.
Outra novidade é a pré-inscrição automática para estudantes do último ano do Ensino Médio das escolas públicas — antes, era necessário que o próprio interessado fizesse a inscrição. Além disso, o Enem volta a servir como certificação de conclusão do Ensino Médio, benefício extinto em 2017. Para obter o certificado, o candidato deve ter indicado essa opção no ato da inscrição, ter mais de 18 anos na data da primeira prova e alcançar pelo menos 450 pontos em cada área do conhecimento e 500 na redação. Assim, após a divulgação dos resultados das provas, poderá requerer a emissão desse documento.
Nos dois dias de aplicação, os portões dos milhares de locais de realização das provas abrem ao meio-dia e fecham às 13h, com início das provas previsto para às 13h30 (horário de Brasília). Em Belém,Ananindeua e Marituba, no Pará, o exame ocorrerá excepcionalmente nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, devido à realização da conferência internacional COP30 naquele estado.
Quem vai prestar o Enem costuma experimentar um misto de emoções nos dias que antecedem a prova. É o caso da carioca Sophya Luiza Bernardes da Motta, de 19 anos. Após ter realizado o exame no ano passado como teste, ela agora encara o concurso “para valer”, como diz. “Por mais que a gente ache que está preparada, nunca parece ser o suficiente”, revela. Ela conclui o Ensino Médio em dezembro e sonha em cursar Psicologia em uma universidade pública. “Seria um maravilhoso presente de Natal”, brinca. Cristã de denominação batista, a moça diz se sentir coberta pelas orações da família e dos irmãos da igreja, mas faz questão de ressaltar o esforço pessoal: “Não adianta nada pedir a Deus a aprovação se a pessoa não estudou”, afirma Sophya. Dedicada aos livros e às apostilas desde o início deste ano, ela declara com fé: “Peço ao Senhor que me abra essa porta.”
