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Os roncos, as interrupções do sono e aquele despertar cansado, como se a noite não tivesse existido, são muito mais do que meros incômodos. Esses são alguns dos sintomas da apneia obstrutiva do sono (AOS), transtorno que atinge 33% da população brasileira, segundo o Instituto do Sono de São Paulo. Um em cada três brasileiros é acometido pelo problema, que acarreta desde questões familiares e cansaço até consequências extremas, como desenvolvimento de doenças metabólicas, infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Recentemente, uma luz no fim do túnel surgiu para quem sofre da doença. Um novo medicamento, desenvolvido pela farmacêutica americana Apnimed a partir de substâncias, como a atomoxetina e a aroxibutinina – que estimulam o cérebro a manter os músculos das vias aéreas ativos durante o sono –, tem sido testado com amplo sucesso. A droga, chamada AD109, foi testada em um ensaio clínico com 660 adultos com apneia do sono e reduziu significativamente o número médio de interrupções respiratórias por hora.
Apenas 3% dos envolvidos no experimento tiveram alterações que determinaram a descontinuidade do uso do fármaco. Ainda não há previsão do seu lançamento em escala comercial, mas o comprimido entrou em sua fase três de testes. A previsão é de que aprovação do medicamento pela Agência Reguladora Americana (FDA, a sigla em inglês) seja requerida no início de 2026.
Fatores de risco
A AOS acontece quando os músculos da garganta se afrouxam ou se estreitam durante o sono, dificultando e até obstruindo, por alguns instantes, a passagem do ar. Essas pausas respiratórias — que podem chegar a mais de um minuto — podem causar ronco intenso e dezenas de despertares súbitos no decorrer da noite, reduzindo a oxigenação do sangue e prejudicando o repouso noturno necessário. Pessoas com cardiopatias e acima do peso ou obesas têm o quadro potencializado.
A ciência do sono tem se debruçado sobre a questão, já que, além dos danos físicos, dormir mal causa exaustão, irritabilidade e dificuldades de concentração. Ao longo do tempo, inúmeras terapias e diversos tratamentos têm sido empregados em busca de uma solução ou, ao menos, da redução do problema a níveis aceitáveis, como medicamentos e abordagens alternativas. O procedimento clínico padrão inclui o uso de pressão contínua nas vias aéreas, por meio de uma máscara facial conectada a um compressor. Trata-se de um processo desconfortável, que gera ruído e incômodo e, por isso, é rejeitado por muitos pacientes.




