
Muralhas de Moisés: nova descoberta reflete relato Bíblico
16/11/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Uma notícia chocou cristãos de todo o mundo nos últimos dias: o fechamento compulsório da Beijing Morning Light Book and Culture Communication, maior livraria cristã privada da China. Chamada, em português, de Luz da Manhã, a casa era uma referência na distribuição de literatura cristã no país asiático. Segundo denúncias publicadas pela organização China Aid, o estabelecimento fechou suas portas devido à crescente pressão do governo atual.
Criada em 2004 como entidade sem fins lucrativos, a livraria promoveu, em seus últimos dias, uma queima de estoque com 70% de desconto. Localizada na capital da China, a Luz da Manhã era mais do que um ponto de distribuição de livros: ela fomentava intercâmbio entre os cristãos do país e servia como apoio à Igreja local, sobretudo a ala que resiste ao controle estatal. Na China, as comunidades cristãs não são proibidas de funcionar, mas devem se submeter à Administração Estatal para Assuntos Religiosos, que supervisiona templos, instituições e líderes de cinco confissões — budismo, taoísmo, islamismo, catolicismo e protestantismo.
A Luz da Manhã era uma agente cultural em Beijing e mantinha colaboração com uma rede de mais de 200 livrarias associadas em vários pontos do país. Entre suas atividades, estava a realização de palestras e treinamentos, organização de grupos de leituras e promoção de eventos com autores cristãos nacionais e estrangeiros. A casa também desenvolvia ações sociais, criando bibliotecas em regiões de vulnerabilidade social e promovendo doações de livros.
Por sua atuação, a livraria já vinha despertando a repressão das autoridades — além de inspeções arbitrárias que se intensificaram nos últimos anos, ela quase foi fechada e já teve parte de sua mercadoria apreendida em outras ocasiões. Em 2013, seu vice-gerente, Li Wenxi, chegou a ser preso por dois anos, sob acusação de “operações comerciais ilegais”.
O fechamento da Luz da Manhã é parte do recrudescimento da repressão estatal aos cristãos chineses. Conforme Ongrace noticiou, 30 pastores e líderes foram presos em outubro sob suposto uso ilegal da internet para divulgação de conteúdos religiosos. Ao mesmo tempo, o funcionamento das igrejas tem sofrido restrições e pressão ideológica. Menores de 18 anos não podem frequentar as congregações desacompanhados e existem rígidas regulamentações sobre o que é pregado, bem como monitoramento das principais lideranças.





