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25/11/2025
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Saúde bucal pode estar ligada a doenças cardiovasculares

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Estudos apontam relação direta entre a saúde bucal e a ocorrência de doenças cardiovasculares e outras complicações – Imagem: Ronstik / Stock Adobe

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A última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil), realizada de 2023 a 2024, chamou a atenção para uma realidade: cuidar dos dentes e das demais estruturas da boca vai muito além do que manter um sorriso esteticamente agradável. Afinal, a boca é um ambiente altamente suscetível à contaminação por agentes patogênicos e pode se tornar porta de entrada para diversas doenças. Apesar dos avanços — como maior acesso da população a serviços de saúde pública odontológica e da redução dos índices de perda dental —, muitos brasileiros, seja por falta de recursos, seja por negligência, ainda não cuidam da saúde bucal como deveriam.

Um estudo recente publicado na revista Scientific Reports identificou uma relação direta entre cáries e outras enfermidades bucais com doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral, e até mesmo câncer. A falta de escavação constante e dos cuidados detalhados, como o uso do fio dental, criam um ambiente propício à proliferação de micro-organismos, aumentando o risco de contaminação para outras partes do corpo. A má higiene bucal favorece o surgimento de doenças como gengivite, halitose e cárie — a doença periodontal é considerada a principal vilã. Quando não tratada, pode causar desde perda dentária até problemas mais sérios.

O odontólogo Jun Tanaka destaca a importância dos cuidados básicos na prevenção de doenças – Imagem: Arquivo pessoal

Para o odontólogo Jun Tanaka, manter uma saúde bucal é essencial para o bem-estar geral do organismo: “A manutenção da dentição influencia desde a melhor mastigação dos alimentos, e consequentemente uma melhor digestão e absorção dos nutrientes, até a questão da fala, além de prevenir infecções sérias”. Especialista em cirurgia buco-maxilo-facial e em odontologia hospitalar, Tanaka também atua em ações sociais voltadas ao atendimento de populações em vulnerabilidade social em sua igreja, a Primeira Batista do Recreio, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a principal forma de evitar riscos é simples: disciplina nos cuidados básicos, como escovar os dentes após as refeições, usar fio dental e evitar o consumo excessivo de açúcar. “E visitar o dentista, pelo menos, a cada seis meses”, orienta.

Encerrada no primeiro semestre de 2024, a SB Brasil apresentou dados atualizados sobre o perfil epidemiológico da saúde bucal dos brasileiros, identificando as doenças bucais mais prevalentes. Um em cada três adultos, por exemplo, é afetado pela cárie. Além disso, 36% da população já perdeu, pelo menos, metade dos dentes, e a doença periodontal assume contornos de epidemia nacional: a inflamação gengival, ocasional ou permanente, atinge 96,5% dos adultos. Na faixa entre 35 e 44 anos, 48% dos adultos avaliados apresentam necessidade de realizar, pelo menos, um procedimento odontológico eletivo.

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