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27/12/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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Uma descoberta recente tem mobilizado arqueólogos, historiadores e pesquisadores da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). Escavações realizadas na região conhecida como Torre de Davi, em Jerusalém, revelaram um trecho até então desconhecido da antiga muralha que protegia parte da Cidade Velha. A estrutura, com cerca de 40 metros de extensão, chama a atenção pela robustez: as ruínas possuem em torno de cinco metros de largura e datam do período em que Israel esteve sob o domínio dos hasmoneus – dinastia de origem judaica que governou entre 140 a.C. e 37 a.C., aproximadamente.
Segundo especialistas, trata-se de uma das maiores seções da famosa muralha já identificadas até hoje. O achado foi divulgado no dia 8 de dezembro, coincidindo com a celebração de Hanukkah, uma das principais festas do judaísmo, que recorda a vitória da Revolta dos Macabeus contra o domínio grego. Esse levante, consolidado em 164 a.C., marcou o estabelecimento da Dinastia Hasmoneia.
A destruição do trecho agora revelado, que cercava a área do Segundo Templo, é explicada por duas interpretações históricas distintas, ambas relacionadas ao declínio do período Hasmoneu. Uma das hipóteses aponta que a muralha teria sido desmontada pelos próprios judeus, por ordem do imperador selêucida Antíoco VII. Outra possibilidade sugere que, já sob o domínio do rei Herodes, o muro teria sido removido por volta de 30 a.C., como um gesto simbólico da consolidação de um novo poder político.
Nas proximidades da estrutura, os arqueólogos encontraram diversos projéteis de catapultas, pedras e outros artefatos de ataque, evidências que reforçam o caráter defensivo do local. A técnica construtiva identificada, baseada na sobreposição de grandes blocos de pedra sem o uso de argamassa, também fortalecem a associação com o período Hasmoneu, sendo característica das edificações atribuídas aos macabeus. Além disso, moedas e fragmentos de utensílios da época foram localizados em camadas contemporâneas do solo adjacente.
A Autoridade de Antiguidades de Israel pretende integrar o trecho descoberto a um complexo museológico já existente naquela área da muralha. O projeto prevê a criação de passadiços que permitam ao público observar o local, além da instalação de um piso transparente diretamente sobre as estruturas desenterradas. Para a diretora do Museu da Torre de Davi, Eilat Lieber, a descoberta evidencia a força e a relevância de Jerusalém naquele período histórico. De acordo com comunicado da IAA, o achado amplia o entendimento sobre a continuidade histórica da cidade, que possui mais de três mil anos de existência e segue revelando novos capítulos de seu passado.





