Na presença de Deus, Isaías se viu como verdadeiramente era. É isso que precisamos discernir quando a Palavra é pregada e a unção se faz presente. No ambiente em que o Céu e o poder divino operam, Deus fala e nos faz ver quem realmente somos. Por que encontros assim não acontecem sempre ou, quando ocorrem, não são aproveitados para o nosso bem?

Pedro teve uma experiência semelhante à de Isaías, quando o Mestre pediu para usar o seu barco. A princípio, Pedro deve ter se sentido o tal por causa desse pedido. Depois que Cristo usou a sua embarcação e ainda o recompensou, Pedro se deu conta de quem era Jesus (Lc 5.1-11). Por vezes, não nos damos conta do que Ele faz em nosso favor, ao usar o nosso “barco” para falar com algum pecador e dar-lhe salvação. Aquele ato de Cristo repercutirá pela eternidade. Deus é lindo!

Ao terminar de abençoar a multidão, Cristo decidiu dar ao apóstolo o pagamento pelo “empréstimo”, fazendo uma obra que coroaria o seu dia: E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar (Lc 5.4). Importante lição viria dali, pois o experimente pescador achava que “o mar não estava para peixe”, porém disse que obedeceria à Palavra de Cristo. Que fé!

Pedro se maravilhou ao ver as redes tão cheias de peixes que quase se romperam. Isso o levou a se ajoelhar diante do Mestre: E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador (Lc 5.8). A pessoa mais tocada por tudo teve medo e quase não absorveu o ensinamento sobre quem estava no barco. Os outros também ficaram assombrados. Leia toda a lição dada pelo Mestre dos mestres. E que Mestre!

Veja o que aconteceu com João Batista. Junto ao rio Jordão, ele batizava os que ouviam a Palavra do Senhor de seus lábios e se arrependiam dos seus pecados. De repente, apareceu diante dele, na fila para ser batizado, o Criador de todas as coisas, o Verbo de Deus. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu (Mt 3.14,15). Que dia!

Quando essa frase deixa por agora se cumprirá? Jesus disse que o Céu e a Terra passarão, mas jamais as Suas palavras. Somente na eternidade veremos algumas coisas. Quem dá a sua vida para salvar os perdidos, desprezando os prazeres lícitos que Deus criou, será recompensado no Seu Reino. Essa pessoa tomou a mais sábia decisão.

Por incrível que pareça, fomos escolhidos entre a escória do mundo. Talvez sejamos os piores para “servir” ao Rei eterno, Aquele que disse que, se formos infiéis, Ele continua fiel, pois não pode negar a Si mesmo (2 Tm 2.13). O que dizer a Deus a não ser: “Obrigado, Senhor! Eis-nos aqui. Envia-nos”?

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares