Na medida certa

Foto: Papaioannou Kostas

Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for covarde e medroso, que volte e vá-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.

Juízes 7.3

O apelo de Gideão ao povo que se achegou a ele para lutar contra os midianitas era contraprodutivo aos olhos de quem não tinha a verdadeira fé em Deus. Ora, nem todos continuariam ao seu lado, e essa ordem veio do Senhor. Gideão teria de apregoar a seguinte mensagem: quem fosse covarde ou medroso deveria voltar. Aparentemente, ele se enfraqueceria falando desse modo, mas não foi o que aconteceu.

Definitivamente, o homem não vê como o Senhor. O que enxergamos não é a verdade, pois covardes e medrosos no meio de valentes soldados trazem derrotas. Se lembrarmos de Davi, por exemplo, vemos que os olhos dele foram abertos para coisas semelhantes às que Deus mostrou a Gideão. No Salmo 144, Davi pediu ao Altíssimo: Livra-me e tira-me das mãos dos filhos estranhos, cuja boca fala vaidade e cuja mão direita é a destra da iniquidade (v. 11).

A soma dos que se uniram a Gideão para a batalha era 32 mil homens, mas 22 mil deles tomaria a pior decisão: retroceder por se amedrontarem diante dos inimigos e de suas mentiras. O final seria a derrota para aqueles que ousassem lutar contra a confederação de povos que dominavam Israel havia sete anos. Ao se acovardarem e se renderem ao adversário, esse mau exemplo, assim como uma gangrena, destruiria a força dos mais fortes, e todos se renderiam aos prantos.

Por isso, os covardes e medrosos deveriam voltar às suas casas, a fim de não atrapalharem os outros na batalha. Sem aqueles 22 mil homens, o exército de Gideão ficou mais forte, porque os “tumores” da tropa tinham sido removidos. De modo semelhante, a guerra contra o pecado só será vencida pelos corajosos, que amam fazer a vontade divina e usam uma arma que só os que confiam no Senhor de todo o coração têm: a fé (1 Jo 5.4). 

O comandante do exército israelita ficou feliz com aquele ajuste na medida certa. Com o Altíssimo e os dez mil homens, sentiu-se capaz de enfrentar a confederação maligna. Era tempo de Israel se assumir como povo de Deus, tal como nós, hoje, devemos fazer na condução e edificação da Igreja. Os filhos do Senhor jamais aceitarão serem vistos como covardes e medrosos; antes, orarão com todo o coração, para que Ele os liberte das garras do inimigo. Afinal, onde há covardia e medo reinam os piores demônios do Inferno.

Imagino que, no coração de Gideão, já existisse o sentimento de que, no meio deles, havia escórias que, se não fossem removidas, poderiam levá-los à derrota, mas ele entregou essa preocupação ao Senhor. Somente Deus poderia dizer como limpar o grupo, e o fez. Então, o remanescente foi fortalecido para obter a vitória completa.

Note como Deus fala e instrui quem Ele escolheu. Gideão recebeu a visita do Anjo do Senhor e liderou a revolta armada contra os maldosos povos que os oprimiam, saqueavam e queriam o seu aniquilamento. A história se repete a cada geração, por isso temos de clamar por aqueles que Deus levanta como exemplos para as novas gerações que estão sendo salvas, de modo que continuem cooperando com Ele na obra de salvação do mundo.


Em Cristo, com amor,


R. R. Soares

Oração de Hoje

Senhor, nosso Comandante! Passa em revista a nossa tropa e vê se há entre nós estranhos, medrosos e covardes, os quais não sabem o que é lutar pela vitória. Pai, afasta-os, para que tenhamos sucesso na missão que leva os perdidos a se decidirem por Ti. 

Os covardes e medrosos devem voltar para os seus lugares de origem. A fé em Ti é suficiente para nos encorajar e nos fazer bem-sucedidos. Agora, com estranhos participando da obra, o Inferno ganhará vantagem. Não permitas!

 Fomos chamados a fazer a Tua vontade. Temos de prosseguir sem dar desculpas quando não conseguirmos realizá-la. Temos a fé, a autoridade dEle e os ensinamentos bíblicos. Nós Te louvamos e em Ti confiamos! Com a Tua ajuda, obteremos êxito!