Quando falou com Abrão – que, depois, passou a se chamar Abraão –, o Senhor lhe deu uma ordem bem clara e logo falou a respeito da recompensa que Seu servo receberia se Lhe desse ouvidos. Aqueles que sempre se dispõem a obedecer a Deus descobrem que receberam muito mais além do que pediram ou pensaram. As palavras do Criador são mandatórias. Ele sabe o que somos e o que podemos fazer, por isso precisamos atender à Sua voz sempre.

Abraão teve a incumbência de se afastar da sua terra e dos costumes que o seu povo praticava e achava perfeito e bom. Por certo, seus conhecidos e os que sabiam da sua existência não entenderiam como um homem próspero abandonaria tudo e iria para um lugar desconhecido. Nada sabemos sobre a fé que Abraão tinha no Senhor e o que entendia acerca do Criador do Céu e da Terra. Tudo indicava que ele não aceitava a idolatria em Ur.

Hoje, é possível o cristão viver mesmo nas cidades onde a minoria, ou quase ninguém, conhece o Evangelho. Até o recém-convertido pode ter uma Bíblia e aprender a andar na presença de Deus. Nos dias de Abraão, imperava a idolatria, misturada com a feitiçaria. Não sabemos se foi por isso que o patriarca foi orientado a deixar o seu país. Hoje, há servos de Deus praticamente em todo o mundo.

Abraão deveria sair do meio da sua parentela, porque a missão dele seria cumprida bem longe dali. Ele seguiu a instrução divina e, despedindo-se de todos, juntou sua jovem esposa, um sobrinho que ele criava e seu pai, bem como os servos que possuía, e partiu. Abraão não pensou sobre aonde chegaria nem a respeito do povo que iria encontrar. Ele agiu pela fé no Onipotente!

Provavelmente, alguns parentes devem ter aconselhado o patriarca a não sair por aí, pois o mundo é mau, e a sua decisão talvez fosse apressada. Porém, ele não quis ouvir ninguém, porque tinha certeza de que Deus o chamara. Quando temos convicção de que uma bênção nos foi dada, também temos de confessar com fé, sem vacilar. A Bíblia nos ensina: Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu (Hb 10.23).

Abraão deveria abandonar a casa de seu pai, mas não o seu genitor. Este o acompanhou até Harã, que não era ainda o destino final, e faleceu nessa cidade. O patriarca tinha 75 anos quando saiu de Harã e seguiu a direção do Céu. Na sua fé, ouviu Deus lhe dizer: Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei (Gn 13.17). Andar por fé é recompensador!

A caminhada estava chegando ao fim. Abraão só teria de palmilhar a terra no seu comprimento e na sua largura, pois o local onde colocasse o pé seria dele. Um dia, chegaremos a ouvir Jesus nos dizer: Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34).

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares