A história de Tamar é fenomenal. Ela provou ser alguém que andava perto de Deus e, por isso, tornou-se uma ancestral do Salvador. Quem andar com Jesus e se esforçar para cumprir Suas ordens participará do plano divino destinado a quem teme e faz a Sua vontade. O Cristo que viria quase dois mil anos depois tinha de passar por Tamar. No entanto, por ter sido enganada pelo sogro, ela precisou usar algumas artimanhas para chegar ao que o Senhor havia planejado para a humanidade.

Essa história começou quando Judá, um dos filhos de Jacó, hospedou-se na casa de Hira, um adulamita. Ali, ele viu a filha de Sua, um cananeu, e se casou com ela (Gn 38.1,2). Imagino que o erro dele em se casar com essa jovem fez seus filhos não terem o respeito necessário para com Deus, pois essa mulher não teria como lhes transmitir os ensinamentos do Senhor.

Desse casamento de Judá, nasceu Er, o primogênito, que se casou com Tamar. Segundo a Palavra, esse rapaz era perverso, por isso Deus o matou. Então, em cumprimento da Lei, na tentativa de gerar descendentes, ela teve de se casar com Onã, irmão mais velho de seu falecido esposo. Por evitar gerar filhos, Onã também não foi poupado e morreu. Isso nos mostra que o casamento tem como objetivo maior dar filhos para Deus, denominados por Ele como Seus herdeiros: Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão (Sl 127.3). Como os dois filhos de Judá se negaram a produzir a herança do Senhor, eles assinaram a própria sentença de morte. O propósito divino jamais deve ser desprezado.

Quando Tamar ficou viúva pela segunda vez, ela ouviu de Judá, seu sogro: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que, porventura, não morra também este, como seus irmãos. Assim, foi-se Tamar e ficou-se na casa de seu pai (Gn 38.11). No entanto, Selá já era adulto, e ela não lhe foi dada por mulher. Tamar, então, em segredo, criou uma situação sem contar a Judá.

O Altíssimo não aceita o engano armado contra ninguém, muito menos contra uma pessoa pura e cumpridora das Escrituras. Pelo fato de não Se agradar da atitude de Judá, ao não manter sua palavra, Deus permitiu que Tamar soubesse que o sogro iria a Timna, a fim de tosquiar as ovelhas. Aquele era o momento oportuno para agir. Assim, ela tirou as vestes da sua viuvez, vestiu-se como prostituta, cobriu o rosto com um véu e foi para aquela cidade. O sogro, que também estava viúvo, encontrou-a e teve relações com ela.

Três meses depois, Judá soube que sua nora estava grávida e disse que ela era digna de morrer por ter desonrado a viuvez. Quando levavam Tamar para ser queimada, ela mostrou o penhor que ele lhe tinha dado como garantia de pagamento, revelando que o sogro havia se deitado com ela. Ao reconhecê-la, Judá chamou-a de mais justa do que ele. Tamar deu à luz Perez e Zerá (leia todo o capítulo 38 de Gênesis).

Tempos depois, a escolha para governar o povo de Deus recaiu sobre a tribo de Judá, que se iniciava. A tribo de Rúben perdera esse direito pelo insano ato dele, como declarou Jacó: Inconstante como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então, o contaminaste; subiste à minha cama (Gn 49.4). Grande prejuízo Rúben sofreu! É preciso andar como a Bíblia ensina, para não ter prejuízo eterno (Ap 3.11). Temos de vigiar e orar!

Em Cristo, com amor,

R. R. Soares