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14/08/2025
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80 anos de um apocalipse nuclear

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Ruínas da grande cúpula de Hiroshima: memorial do desastre atômico em agosto de 1945 foi uma das únicas estruturas que resistiram ao bombardeio há 80 anos – imagem: martinprague / Adobe Stock

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Há exatos 80 anos, a humanidade conhecia um de seus piores pesadelos: o horror atômico. Em 6 de agosto de 1945, ocorreu o primeiro ataque nuclear da história, com o bombardeio norte-americano à cidade japonesa de Hiroshima. A Segunda Guerra Mundial chegara ao seu epílogo na Europa três meses antes, mas o Japão, país que fazia parte do Eixo (com a Alemanha e a Itália), ainda resistia. Os Estados Unidos – compreendendo que a invasão ao arquipélago seria uma ação longa e sangrenta, devido aos combates encarniçados nas ilhas do Pacífico, ocupadas pelos japoneses – decidiram lançar mão da arma de destruição em massa, que vinha sendo desenvolvida desde 1942, na esteira do Projeto Manhattan.

Hiroshima fora escolhida para a destruição por seu caráter simbólico: com aproximadamente 350 mil habitantes à época, era um importante centro industrial e militar japonês. Naquele dia, o que se viu foi a imagem do gigantesco cogumelo de fumaça que se elevou a dezenas de quilômetros sobre a cidade. No solo, a representação mais clara da expressão “terra arrasada”: praticamente nada sobrou em um raio de 2 km em torno do ponto de detonação da bomba feita com 72 kg de urânio, ironicamente chamada de Little Boy (Garotinho). Estima-se que 160 mil pessoas, quase todas civis, perderam a vida no ataque – a maioria, instantaneamente. Além delas, outras 82 mil faleceram nos dias, meses e anos subsequentes em função de queimaduras, ferimentos e danos provocados pela intensa radiação. 

Três dias depois, outro artefato foi lançado sobre Nagasaki, causando a morte de 80 mil pessoas e ferimentos e sequelas em outros milhares de habitantes. O peso da destruição fez o Japão se render aos norte-americanos quase uma semana depois, em 15 de agosto. 

O Pr. Abraão de Almeida, colunista da revista Graça/Show da Fé, escritor e conferencista especializado em temas ligados à Escatologia Bíblica, produziu textos acerca do episódio e seus efeitos sobre a humanidade. Em um de seus artigos, intitulado Não podemos esquecer Hiroshima, Almeida analisa o papel do físico alemão com ascendência judaica Albert Einstein (1879-1955) no desenvolvimento da energia nuclear. Reconhecido como um dos maiores gênios da história, o cientista foi um dos incentivadores do programa nuclear estadunidense, motivado pela escalada ameaçadora do nazismo, entre os anos de 1930 e 1940. Já perto do fim da vida, pôde avaliar melhor o seu legado. “Einstein se preocupou com as ameaças representadas pelas novas armas e pelas crescentes manifestações de ódio e racismo no mundo”, destacou o autor, acrescentando que o físico era um pacifista impenitente. “Ele chegou a escrever várias cartas a altas autoridades japonesas, após a Segunda Guerra Mundial, desculpando-se da desgraça atômica que se abateu sobre o Japão em agosto de 1945”, destaca.

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