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30/12/2024Venda do Livro Sagrado da fé cristã cresce 22% nos EUA, na contramão do secularismo
Por Marcia Pinheiro, do Ongrace
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Berço do Protestantismo no continente americano e matriz teológica de forte influência na América Latina, os Estados Unidos têm presenciado aumento expressivo na circulação da Bíblia Sagrada. As vendas de exemplares impressos das Escrituras no país registraram um aumento de 22% até o final de outubro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2023. Editores norte-americanos afirmam que as vendas foram impulsionadas sobretudo pelo aumento de interesse das pessoas em conteúdos espirituais da Palavra de Deus — comportamento intensificado diante de incertezas tanto no cenário interno —os rumos da economia e da política preocupam muita gente — quanto no externo, sobretudo o recrudescimento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e o crescente barril de pólvora no Oriente Médio, tendo Israel, antigo aliado dos EUA na região, no foco do conflito.
A Evangelical Christian Publishers Association (Associação de Editores Cristãos Evangélicos) apontou um aumento considerável de leitores de primeira viagem das Escrituras Sagradas. De acordo com o Wall Street Journal, no período de dez meses cerca de 14 milhões de exemplares foram comercializados. Em contraste, a vendagem de outros livros impressos permanece quase estagnada, com um aumento de menos de 1% no ano passado. O fenômeno de vendas também tem atraído mais atenção na internet, com influenciadores de mídias sociais postando bastante sobre as próprias jornadas espirituais e descobertas do Evangelho e usando suas redes sociais para apontar o conforto que encontraram ao recorrer às Escrituras.
As editoras norte-americanas estão investindo em todo tipo de estratégias para alavancar ainda mais a venda de Bíblias. Recentemente, formatos digitais e impressos do Livro Sagrado foram criados, especificamente, para quem tem pouca ou nenhuma experiência anterior de leitura bíblica. Essas novas edições contam com componentes visuais chamativos, como mapas, gráficos e quadros com biografias de importantes personagens bíblicos, a fim de atrair os leitores e mantê-los interessados pelo conteúdo.
Além dos iniciantes, outro público-alvo das editoras cristãs são os estudantes universitários, diante de um aumento no engajamento da chamada Geração Z. Pesquisas apontam que os mais jovens buscam um senso mais forte de estabilidade e orientação no mundo ao seu redor. O detalhe é que a crescente demanda por bíblias nos Estados Unidos contrasta fortemente com o que foi apurado pelo Pew Research Center, organização que fornece informações sobre questões, atitudes e tendências que estão em alta no país. Os dados mostram que a nação americana está se tornando mais secular, com 28% dos adultos afirmando que não seguem religião alguma.
