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A influência da fé na saúde mental

Psicóloga Layssa Ádrian G. Santos fala sobre os recursos emocionais e sociais
dessa relação

Por Marcia Pinheiro, do Ongrace

A oração, a meditação e o apoio da Igreja: entenda como eles atuam no cuidado da nossa mente – Imagem: Ilustrativa / Freepik

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O cuidado com a saúde mental é preconizado por especialistas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial, ou seja, 720 milhões de pessoas, sofrem com transtornos mentais. Entre os mais comuns estão: a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a esquizofrenia, a demência, os distúrbios de desenvolvimento, incluindo o autismo. O assunto é tão importante que tem até uma data especial: 10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental, instituído em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental. Nesta mesma data, o Brasil celebra o Dia Nacional dos Direitos Fundamentais da Pessoa com Transtornos Mentais. Para falar sobre esse tema e como as pessoas podem se beneficiar da fé no cuidado com a mente, conversei com a psicóloga Layssa Ádrian G. Santos, pós-graduada em Psicologia e Saúde da Mulher.

Psicóloga Layssa Ádrian G. Santos defende que a fé oferece conforto em momentos difíceis – Imagem: Arquivo pessoal / Layssa

Ongrace: Dez de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental e também o Dia Nacional dos Direitos Fundamentais da Pessoa com Transtornos Mentais. Qual a importância de cuidarmos da saúde mental e a relação desse cuidado com a nossa fé?

Layssa: O cuidado com a saúde mental é essencial para o nosso bem-estar geral. Assim como cuidamos do corpo, a mente também precisa de atenção e cuidados. Hoje reconhecemos que problemas dessa ordem afetam milhões de pessoas, e a promoção de um ambiente que valorize a saúde mental é crucial para garantir que todos tenham acesso ao suporte necessário.

A relação entre saúde mental e fé é bastante significativa. Para muitas pessoas, a espiritualidade proporciona um senso de propósito e conexão, oferecendo conforto em momentos difíceis. A oração, a meditação e o apoio da Igreja podem ser fontes valiosas de força e esperança. Também muitos ensinamentos religiosos enfatizam a importância da compaixão e do cuidado entre as pessoas promovendo um ambiente de acolhimento e apoio.

Integrar a fé ao cuidado da saúde mental pode resultar em uma abordagem mais holística do bem-estar. Buscar apoio profissional e ao mesmo tempo encontrar consolo na fé pode fortalecer a resiliência emocional. Então, é importante refletirmos sobre a importância de cuidar de nós mesmos e dos outros, promovendo um diálogo aberto sobre saúde mental e direitos fundamentais. Isso nos ajuda a criar uma sociedade mais inclusiva e empática.

É preciso entender quando é necessário buscar ajuda profissional – Imagem: Ilustrativa/ Freepik

Alguns cristãos acham que não precisam de ajuda profissional em relação ao assunto em questão e consideram que uma vida ativa na igreja é suficiente. O que a senhora teria a dizer a eles?

É compreensível que muitos cristãos sintam que a fé e a vida na igreja são suficientes para enfrentar desafios de saúde mental. A fé e a vida espiritual podem, sim, oferecer um suporte valioso e um sentido de propósito. Porém, buscar ajuda profissional, como terapia ou aconselhamento, não significa que a fé seja insuficiente; pelo contrário, pode ser um complemento poderoso. Assim como procuramos um médico para cuidar do nosso corpo, é essencial reconhecer que a mente também pode precisar de tratamento especializado. Profissionais de saúde mental possuem ferramentas e conhecimentos que podem ajudar a lidar com essas questões.

Além disso, a Bíblia nos ensina sobre a importância da sabedoria e do cuidado com nosso bem-estar. Ao aceitar que a ajuda profissional é válida e necessária, podemos abrir espaço para uma compreensão mais profunda e abrangente da saúde mental, que inclui tanto a fé quanto o suporte psicológico. É essencial promover um diálogo que desmistifique essa ideia e encoraje as pessoas a buscar ajuda quando necessário, sabendo que isso é um sinal de força e autocuidado.

Quais os principais inimigos da saúde mental?

Existem vários fatores que podem comprometer a saúde mental, e é importante reconhecê-los para poder enfrentá-los. Posso dizer que os principais inimigos são estresse e pressão (estresse crônico pode levar a problemas como ansiedade e depressão); isolamento social (relacionamentos saudáveis são essenciais para o bem-estar psicológico); falta de autocuidado (atividades como exercícios físicos, alimentação saudável e momentos de descanso são fundamentais); traumas e experiências passadas e expectativas irreais.

Reconhecer esses inimigos é o primeiro passo para enfrentá-los. Ao promover um ambiente de apoio e compreensão, podemos ajudar a criar um espaço onde as pessoas se sintam confortáveis para buscar ajuda e cuidar de sua saúde mental.

Cerca de 10% da população mundial sofrem com transtornos mentais, segundo a OMS – Imagem: Ilustrativa / Freepik

Como identificar a necessidade de se buscar ajuda com um psicólogo ou psiquiatra?

Identificar a necessidade de buscar ajuda profissional pode ser um passo crucial para cuidar da saúde mental. Alguns sinais que podem indicar que é hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra são a mudança significativa de humor, dificuldades em lidar com o estresse, isolamento social, alterações de sono e também de apetite, dificuldades em desempenhar tarefas diárias e que, na maioria das vezes, são simples, pensamentos suicidas, autodestrutivos ou de automutilação e desespero.

Buscar ajuda não é um sinal de fraqueza, mas, sim, uma demonstração de autocuidado e coragem. A terapia pode fornecer ferramentas valiosas para lidar com os desafios da vida, enquanto a psiquiatria pode ser necessária em casos em que a medicação é indicada. Reconhecer a necessidade de ajuda é um passo importante na jornada de cuidar da saúde mental.

A fé uma das práticas que complementam a boa saúde mental – Imagem: Ilustrativa / Freepik

Qual o melhor caminho para preservarmos a mente?

Preservar a saúde mental é um processo contínuo e envolve várias práticas que se complementam. Autocuidado, conexões sociais, gerenciamento do estresse, estabelecimento de limites, reflexão e autoconhecimento, além de busca de ajuda profissional. Preservar a saúde mental é um compromisso com o próprio bem-estar. Incorporar essas práticas na rotina diária pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida e na capacidade de enfrentar desafios.

De que forma a fé pode nos favorecer nesse sentido?

A relação entre saúde mental e fé é bastante profunda. A fé pode atuar como um recurso significativo para o bem-estar emocional de muitas pessoas em alguns pontos como sentido e propósito, comunidade e apoio, práticas espirituais, resiliência, conexão e pertencimento, ensinamentos sobre cuidado, entre outros.

Portanto, a fé pode ser uma aliada poderosa na promoção da saúde mental, oferecendo recursos emocionais e sociais valiosos. Integrar essa dimensão espiritual ao cuidado da saúde mental pode resultar em um bem-estar mais holístico e equilibrado.

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