
Valor da oração é reconhecido pela ciência
10/08/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

COMPARTILHE
Uma resolução recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a chamar a atenção para os riscos provocados pela ingestão de alguns gêneros alimentícios apontados como carcinogênicos – com potencial para provocar mutações celulares que levam ao desenvolvimento do câncer. Desde 2015 incluídas no Grupo 1, o qual corresponde às substâncias mais nocivas ao organismo, tais como tabaco, amianto e álcool, as carnes processadas – salsicha, bacon e presunto, além da popular linguiça – são classificadas pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, a sigla em inglês), ligada à OMS, como alimentos que devem ser evitados, tomando por base “evidências científicas suficientes”.
Os estudos da IARC indicam que o consumo médio de 50 g diárias de processados e embutidos (o equivalente a duas fatias de presunto) aumenta em quase 20% o risco de desenvolvimento do câncer colorretal. Os especialistas explicam que o intestino é diretamente impactado pela digestão desses alimentos, carregados de sódio, conservantes e corantes. Porém, outras modalidades de carcinoma, como os de estômago, próstata e pulmão, também são mais observados em pessoas que ingerem processados regularmente.
Para chegar a esse resultado, a IARC revisou as evidências científicas de mais de 800 publicações. “Elas apontam que o consumo de carnes processadas aumenta especificamente o risco para o câncer colorretal”, aponta Maria Eduarda Melo, nutricionista da Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em entrevista à Agência Brasil. Segundo a especialista, essa modalidade de tumor tem crescido entre a população urbana por causa da substituição da “comida de verdade” por produtos prontos, muitos deles preparados à base de carnes processadas e com altos teores de gordura.
A classificação não afere o grau de risco individual, mas a prevalência de diagnósticos associados ao tipo de dieta ingerida. Não significa que quem consome alimentos processados vá, necessariamente, desenvolver câncer. Contudo, estima-se que apenas entre 5% e 10% dos tipos de câncer podem ser diretamente atribuídos à herança genética. Todo o restante estaria associado a fatores alimentares, ambientais e de estilo de vida, sozinhos ou combinados. Assim, para os cientistas, o alerta da OMS deve ser levado muito a sério, especialmente para quem deseja ter uma vida mais longa e saudável.