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Arqueólogos encontram evidências de cerco a Jerusalém descrito na Bíblia

Diretor da escavação diz ter localizado gerador econômico do reino da Judeia

Por Marcia Pinheiro, do Ongrace

Neria Sapir, um dos diretores de escavação em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel – Imagem: Yoli Schwartz / Divulgação Autoridade de Antiguidades de Israel

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Arqueólogos descobriram evidências de uma campanha militar assíria contra a Judeia, que culminou no cerco de Jerusalém. Essa campanha foi iniciada em 701 a.C., durante o reinado de Senaqueribe, rei da Assíria, e Ezequias, rei da Judeia. Senaqueribe considerava Ezequias um vassalo que deveria obedecer aos assírios, mas Ezequias se rebelou, desafiando a autoridade assíria.

Os assírios conquistaram grande parte da Judeia e sitiaram Jerusalém, mas não conseguiram tomar a cidade. As razões para esse fracasso não são totalmente claras. A Bíblia hebraica relata que saiu o anjo do SENHOR e feriu no arraial dos assírios cento e oitenta e cinco mil deles (2 Reis 19.35), enquanto os registros assírios afirmam que Ezequias pagou um tributo significativo para garantir a paz.

Uma vista aérea da escavação em Mordot Arnona, em Jerusalém, que mostra os restos de um edifício administrativo – Imagem: Assaf Peretz / Divulgação Autoridade de Antiguidades de Israel

Recentemente, no bairro de Mordot Arnona, em Jerusalém, arqueólogos descobriram um edifício administrativo que servia para a coleta de impostos durante os séculos 8 e 7 a.C. Esse edifício passou por várias mudanças ao longo do tempo e, durante o século 8 a.C., era um centro de processamento de impostos sob o reinado de Ezequias. Inscrições em jarros encontrados indicam que os tributos eram propriedades do rei. Neria Sapir, diretor de escavação, afirmou: “O que vemos aqui é o gerador econômico do reino da Judeia.”

Arqueólogos desenterraram cerca de 180 impressões de selos da administração judaica em Mordot – Imagem: Yoli Schwartz / Divulgação Autoridade de Antiguidades de Israel

Os jarros, usados para coletar impostos em produtos agrícolas, como azeite de oliva, estavam associados a nomes de indivíduos que provavelmente garantiam o pagamento. Durante a invasão assíria, o edifício foi destruído, restando apenas escombros. Grandes pedras da fundação foram empilhadas sobre os restos, sugerindo que essa destruição foi intencional, uma mensagem clara da dominação assíria.

As impressões dos selos judaicos estão sendo exibidas ao público pela primeira vez no Campus Nacional Jay e Jeanie Schottenstein de Arqueologia de Israel – Imagem: Yoli Schwartz / Divulgação Autoridade de Antiguidades de Israel

No século 7 a.C., o edifício foi reconstruído, mas as inscrições nos jarros mudaram, indicando que os tributos agora eram pagos ao rei da Assíria, em vez de a Ezequias. Isso sugere que, embora Ezequias permanecesse como rei, a Assíria começou a exercer controle direto sobre a cobrança de impostos na área ao redor de Jerusalém. Essa transição demonstra o impacto da dominação assíria sobre a autonomia da Judeia durante esse período crítico da História.

*Com informações de Live Science

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