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21/07/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace

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A África tem experimentado um crescimento da fé cristã sem paralelo no mundo contemporâneo. De acordo com a última edição da World Christian Encyclopedia (Enciclopédia Cristã Mundial), publicada pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, 26% de todos os cristãos do planeta vivem no continente. Esse, aliás, é o maior percentual de servos de Deus em todo o globo, superando até o da América Latina (24%), outra região de notável crescimento das igrejas evangélicas. Não seria exagero falar, portanto, que há um avivamento africano em curso.
O fenômeno – conhecido no meio missiológico como a Ascensão Africana – não é um fato desconectado de outras mudanças. A região passa por intensas transformações sociais que se refletem na urbanização, processo que interfere diretamente no perfil religioso. De um continente essencialmente agrário até duas décadas atrás, a África hoje tem cerca de metade de sua população (estimada em quase 1,5 bilhão de pessoas) vivendo em cidades.
Os 54 países africanos têm se tornado, de fato, o novo epicentro do crescimento cristão mundial. “Muitas pessoas estão vindo a Cristo. Milhares se entregam a Jesus todos os dias na África”, afirma David Tarus, diretor-executivo da Associação de Educação Teológica Cristã na África (ACTEA, a sigla em inglês). Entre os ministérios que têm contribuído ativamente para essa expansão, está a Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD). Na África do Sul, por exemplo, há quatro igrejas em funcionamento. “Toda semana, sou procurado por pessoas que desejam ouvir as Boas-Novas do Evangelho. Muitas delas permanecem conosco. É bonito ver a obra de Deus na vida das pessoas”, afirma o Pr. Rodrigo Santos, líder da IIGD no continente.

Durante a conferência do Conselho Internacional para Educação Teológica Evangélica, realizada na Albânia, em abril, David Tarus destacou que a grande diversidade de povos e culturas demanda uma teologia contextualizada. “As escolas devem alinhar seus currículos às necessidades da Igreja local e fomentar um aprendizado transformador, em vez de meramente teórico”, defendeu Tarus, indicando que o avanço do Evangelho em terras africanas é tão grande que faltam pastores, teólogos e mestres. “As instituições teológicas na África estão formando menos de 10% dos líderes de que precisamos”, atesta.
Para suprir parte dessa demanda, a Associação Evangélica em África (AEA) – órgão multinacional que representa comunidades evangélicas em todo o continente, ligado à Aliança Evangélica Mundial – estabeleceu como meta implementar estratégias para formar mais pastores, além de equipar e fortalecer as igrejas naquele continente. Segundo a entidade, o objetivo é treinar um milhão de pastores e líderes religiosos em toda a África nos próximos dez anos por meio de um modelo de educação teológica não formal.