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06/01/2025Maioria dos evangélicos reconhece os perigos das redes sociais, mas usa
essas plataformas a serviço do Reino de Deus
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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A relação entre os evangélicos e a tecnologia da informação costuma enfrentar altos e baixos. Dos temores acerca da chegada do computador nos anos 1980 — quando a máquina, ainda desconhecida pelas massas, era associada até ao anticristo —, às apreensões em torno do real alcance e potencial perigo da inteligência artificial, muitos crentes são resistentes à pós-modernidade digital. E, se as mídias que proliferam a cada dia encontram detratores pelas igrejas, a novidade é que, embora muitos evangélicos concordem que o uso excessivo das redes sociais seja nocivo à sua fé, a maioria as utiliza bastante.
O novo relatório da Infinity Concepts, corporação voltada a estratégias de gestão e crescimento, e do instituto de pesquisas científicas Grey Matter Research revela que, quanto mais engajados com sua fé os crentes são, mais plataformas de redes sociais utilizam. O trabalho intitulado Útil ou prejudicial? Evangélicos e mídias sociais foi elaborado a partir de dados obtidos junto a mais de mil pessoas que professam essa fé. Aproximadamente 54% delas reconhecem que essas mídias veiculam muito conteúdo prejudicial, pecaminoso e perigoso. Porém, ninguém deixa de zapear no Facebook (81% dos pesquisados), YouTube (71%) e Instagram, que tem a preferência de 35% do segmento.
Até o TikTok, geralmente tido como um aplicativo de futilidades, tem a fidelidade de 35% dos crentes. Mesmo com esse uso maciço, os cristãos enumeram uma série de danos decorrentes da internet, como propagação de falsas doutrinas, pornografia, desinformação sobre o cristianismo, assédio moral, pedofilia, conteúdos violentos e apologia ao uso de drogas e ao aborto. Não por acaso, em torno de 58% dos pesquisados desaprovam a mídia social por ser superficial, estimulante à distração e à improdutividade, falsa, sedutora e maligna.
A explicação para esse comportamento aparentemente contraditório é dada pelo próprio trabalho realizado pela Infinity e pela Grey Matter: apesar de tudo, as redes sociais também são poderosas aliadas no evangelismo — 47% dos entrevistados citaram esse aspecto como um recurso positivo. O estudo concluiu que, com base em discernimento e orientação adequada, pode-se transformar o que é potencialmente perigoso em bênção: Ao usá-la de forma ponderada e com oração, os cristãos podem navegar por seus desafios enquanto aproveitam a oportunidade de causar um impacto positivo para o Reino de Deus nesta era digital, assegura um trecho do relatório.