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Lorena (nome fictício) é uma menina de 12 anos e vive no Rio de Janeiro. Como muitos adolescentes de sua idade, ela gosta de mostrar sua rotina nas redes sociais — no caso, no Instagram. Nada demais: apenas fotos com suas bonecas no quarto ou pequenos vídeos nos quais comenta suas séries de TV favoritas ou mostra encontros com os amigos. Mas, certa vez, ela recebeu uma mensagem de um suposto fã, dizendo que seu perfil era atrativo, enchendo a garota de orgulho. Alguns dias depois, aquele internauta lhe pediu o número de WhatsApp, e, sem falar com os pais, Lorena o forneceu. A partir de então, a pessoa passou a pedir que a menina postasse imagens suas de biquíni. A situação alarmou a família, que trocou o número da garota, denunciou o assediador e passou a exercer controle total sobre as atividades virtuais de Lorena.
Esse é apenas mais um dos incontáveis casos envolvendo menores de idade e o perigo representado pelas redes sociais. Situação que evidencia a extrema vulnerabilidade de crianças e adolescentes no universo digital. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que 75% dos jovens brasileiros com idades de 9 a 17 anos possuem perfis próprios em redes sociais. Entre eles, um terço mantém contas abertas ao público, permitindo que qualquer pessoa tenha acesso a seus conteúdos e, em alguns casos, até à sua localização.
Além dos riscos de violência e assédio moral e sexual, há também outro problema: a “cultura do cancelamento”, a qual pode causar graves danos ao adolescente que, por algum comportamento ou opinião, é hostilizado no ambiente digital. “Esse espaço é fator influenciador das crenças, dos valores, da autoimagem e dos conceitos do jovem em formação”, aponta a psicóloga Bruna Cousseau, especializada em Desenvolvimento Infantil. “No período da infância e adolescência, as redes sociais podem promover distorções de imagem e causar confusão na percepção moral, uma vez que as faculdades mentais ainda estão em formação”, revela.
Enquanto famílias e educadores enfrentam o dilema entre proibir o acesso das crianças ao mundo virtual ou restringi-lo, buscando encontrar formas de manter a segurança on-line, a solução é seguir uma espécie de cartilha, recomendada por especialistas, com medidas que podem reduzir ou até eliminar os perigos virtuais. São elas: somente permita que o adolescente tenha acesso a redes sociais quando houver maturidade suficiente, o que varia de pessoa para pessoa; não o autorize a permanecer sozinho por muito tempo conectado às mídias sociais; fiscalize periodicamente os perfis do jovem e o obrigue a deixar a conta privada, liberando o acesso somente a pessoas conhecidas; faça mediação de eventuais encontros presenciais marcados com amigos virtuais e não permita que seu filho, ou o menor sob sua guarda, compartilhe informações pessoais, como nome, sobrenome, endereço, nome da escola e nome dos pais. (*Com informações da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo)