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Famílias unidas no Senhor (parte II)

Atenção à formação espiritual, moral e social das crianças é prioridade na Igreja da Graça

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Claudia Salviano, de Natal (RN), declara: “Firmada na Palavra de Deus, busco sabedoria e entendimento para criar minhas filhas no verdadeiro Caminho” Imagem: Arquivo pessoal

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O Pr. Gustavo Lisboa é um ótimo exemplo do que diz a Bíblia: Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele (Pv 22.6). Hoje, exercendo o ministério em tempo integral na sede estadual da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Salvador, na Bahia, ele se recorda, com carinho, dos tempos de menino – quando era levado por sua avó e uma obreira à casa do Senhor: “Ali, eu ficava na escolinha, aprendendo a Palavra”, conta. “A infância é a fase da formação da mente humana. É quando aprendemos a falar, comer, andar – enfim, o básico da vida. Nesse período, tive a melhor experiência, que foi a intimidade com Deus.” Hoje, o pastor entende que a raiz espiritual desenvolvida naquela época tem sido fundamental em seu ministério. Por isso, valoriza os grupos etários da Igreja da Graça, como o ministério Crianças que Vencem (CQV), o de adolescentes e o de jovens. “Na escolinha, as tias podem observar o comportamento das crianças e ajudar os pais a tratar dos problemas dos próprios filhos.”

Para o Pr. Gustavo, o aprendizado recebido na infância tem sido fundamental em sua vida espiritual Imagem: Arquivo pessoal

A experiência do Pr. Gustavo é similar à de inúmeras famílias da Igreja da Graça e tema desta segunda reportagem de nossa série iniciada em outubro. Uma das maiores preocupações dos pais é transmitir à descendência conteúdos e práticas espirituais – um tesouro mais precioso do que quaisquer heranças materiais. Contudo, essa tarefa não é fácil, sobretudo nos dias de hoje; afinal, existem inúmeros apelos para que, mesmo crianças e adolescentes criados na igreja, dela se afastem nos primeiros anos de autonomia, geralmente na juventude. Cientes disso, pastores, obreiros, líderes e famílias fazem o possível para consolidar, nas novas gerações, o desejo e a necessidade de uma vida ao lado de Jesus.

A Pra. Sandra Machado defende que haja coerência entre o que a criança aprende na Igreja e aquilo que presencia no lar Imagem: Arquivo pessoal

“O trabalho da Igreja da Graça leva as crianças a ter comunhão com o Senhor, ensinando a Palavra e buscando a Cristo com orações e louvores, além da comunhão entre elas. Isso as ensina a ter compromisso desde pequeno com a obra de Deus”, aponta a Profª Claudia Patrícia Oliveira de Araújo Salviano, da Igreja da Graça em Natal. Ela é uma das líderes do ministério infantil no Estado do Rio Grande do Norte. A motivação de Claudia para exercer esse chamado vem do amor que tem por ensinar. Mãe de Tallita Sophia, de 16 anos, e de Allana Gabriela, de 8, Claudia aplica em casa aquilo que pratica na Igreja. “Firmada na Palavra de Deus, busco sabedoria e entendimento para criar minhas filhas no verdadeiro Caminho, disciplinando-as no amor e na verdade”, garante. Tem dado certo: as meninas são bem envolvidas nas atividades eclesiásticas, como o grupo de dança e a banda teen. Não há receita pronta, mas Claudia revela o rumo que tem seguido: “Em primeiro lugar, os pais devem ter comunhão com Deus e, com isso, dar exemplos de verdadeiros cristãos, ensinando seus filhos na Palavra do Senhor e mostrando o Caminho correto, que é Jesus Cristo.”

“Investir tempo e demonstrar amor aos filhos colabora para que eles sejam nossos melhores amigos”, atesta a Pra. Eliane Rodrigues da Fonseca Eugenias, da Igreja da Graça em Praia de Itaparica, na cidade de Vila Velha (ES). “O amor é o vínculo da perfeição.” Envolvida com o ministério infantil há 23 anos, ela é a líder do Crianças que Vencem no estado capixaba e coordena as atividades desse grupo, que incluem cursos preparatórios para as monitoras e um incentivo constante para a capacitação das equipes. Sobre a disposição da Igreja da Graça em atender esse amplo segmento, Eliane é só elogios: “O nosso trabalho é excelente, pois agimos em unidade. Nossa Igreja disponibiliza os cronogramas mensais para todo o Brasil, proporcionando às crianças um conhecimento amplo da Bíblia.”

Tempo, paciência e esforço”

As atividades realizadas nos milhares de templos da IIGD espalhados pelo país vão além de fornecer às crianças uma educação meramente religiosa ou de costumes. “O conhecimento da Palavra de Deus tem como objetivo principal a salvação eterna e, depois, a contribuição para que crianças e adolescentes cresçam sabendo respeitar as pessoas, as regras da sociedade, ajudar o próximo e, principalmente, que toda ação produz uma reação. Existem princípios que, se obedecidos, podem levar ao sucesso nas esferas: pessoal, familiar e dos relacionamentos”, opina a Pra. Sandra Machado, da IIGD em Parque Novo Mundo, São Paulo. Com formação e atuação na área de Psicologia, ela menciona a necessidade de se criar um vínculo entre o que a criança aprende na igreja e aquilo que presencia no lar. “As crianças e os adolescentes percebem a vida espiritual observando se os próprios pais vivenciam a fé. No ministério infantil da igreja, elas recebem as sementes – mas, em casa, é a terra onde irão se desenvolver ou não”. “Por isso”, continua, “é muito importante que, desde pequenas, possam ter experiências sobre fé, ou seja, ter orações respondidas e necessidades atendidas, de modo que Jesus seja real também na vida delas”. De acordo com a pastora, gerar filhos para o Senhor é caminhar na contramão deste mundo. “Tenho um filho de cinco anos e vivo intensamente essa fase de plantar as sementes da Palavra de Deus no coração dele. Gerar vidas para o mundo espiritual é o grande desafio. Como pais, precisamos ensinar com muita dedicação e, principalmente, com exemplos. Semear a Palavra de Deus requer tempo, paciência e esforço.”

Há mais de 20 anos, a Pra. Eliane se dedica ao ministério infantil na Igreja da Graça: “Trabalho excelente” Imagem: Arquivo pessoal

Tia na escolinha e líder regional do ministério infantil na Igreja da Graça em Barreiras, na Bahia, a pedagoga com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia e Psicomotricidade, Denice Matutino de Santana, atua com crianças de até oito anos de idade – inclusive, com aquelas com necessidades especiais, como transtorno do neurodesenvolvimento. “Trabalhando com crianças pequenas na rede pública de ensino, vi muitas famílias desestruturadas e sem referência cristã em relação à instrução dos filhos. Sendo Deus o centro da nossa vida, nossa referência e modelo, histórias são transformadas. Isso me motivou”, explica. Denice reforça que a orientação divina é ensinar a criança de maneira que não se desvie. “Crianças que veem seus pais buscando o Senhor por aquilo que Ele é, demonstrando alegria em servir-Lhe por amá-Lo de todo coração, e que crescem vendo seus pais orando, lendo e se consagrando, vivendo alinhados à Palavra, certamente terão o amor de Deus despertado em seu coração. A Bíblia é nosso manual de vida.”

A psicóloga Bruna Azevedo, de Brasília, assegura: “As crianças se tornam sensíveis à ação do Espírito Santo por meio daquilo que aprendem na escolinha da Igreja” Imagem: Arquivo pessoal

Nesse propósito, a educadora acentua que a Igreja da Graça tem fornecido ajuda tanto às famílias quanto às equipes de trabalho dessa faixa etária. “São materiais de qualidade, como o programa CQVna TV, a Rede Internacional de Televisão (RIT), os filmes com personagens, como a Turma do Midinho, além de revistas, vídeos, músicas etc.”, enumera. “Tenho convicção de que as crianças se tornam sensíveis à ação do Espírito Santo por meio daquilo que aprendem na escolinha da Igreja”, concorda Bruna Azevedo, psicóloga clínica pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental e líder de CQV em Brasília.

A pedagoga Denice Santana frisa que a Igreja da Graça tem oferecido suporte e material para ajudar as famílias a desenvolver a fé no coração de seus filhos Imagem: Arquivo pessoal

Como profissional, Bruna entende a importância dos princípios cristãos na vida de uma criança: “O fator que mais traz risco é a falta de limite, como a dificuldade dos pais em estipular o tempo para o uso de tecnologia. Dessa forma, a criança acaba priorizando os jogos em detrimento das coisas de Deus”. Ela destaca também a falta de supervisão ao que os filhos estão assistindo ou jogando. “Infelizmente, encontramos conteúdos que podem influenciar negativamente as emoções de uma criança, levando a diagnósticos psicológicos, como depressão ou ansiedade.” Por isso, Bruna tem a preocupação de ver os próprios filhos bem educados, inclusive no que se refere a uma fé viva em Jesus: “Eu me esforço, investindo tempo e dedicação nessa missão, pois quero ver meus filhos seguindo Cristo – esse é o único Caminho.”

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