Minutos de saúde a cada mordida
09/07/2025
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09/07/2025

Fé e universidade: tensões e desafios

Por Patrícia Esteves, do Ongrace

Oração em biblioteca: na universidade, manter práticas religiosas é um teste espiritual – imagem: NonVig / peopleimages / Adobe Stock

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A universidade é um espaço de descobertas, crescimento intelectual e amadurecimento pessoal. No entanto, para muitos estudantes evangélicos, o ambiente acadêmico também pode se tornar uma seara marcada por pressões, choques de valores e desafios à vivência da fé. Por isso, em meio a novas ideias, exigências acadêmicas e diversidade cultural, manter práticas religiosas é um teste espiritual.

Filipe Samuel Campos, ao lado do pai, o Pr. Douglas, testemunha: “Eu me entreguei ao Senhor, disposto a ser luz” – imagem: Arquivo pessoal

De acordo com o Ministério da Educação, o número de universitários chega em torno de 10 milhões no Brasil. E, em meio àquele universo, a convivência entre fé e vida acadêmica tem alguns atritos. Um caso recente ocorrido na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) reacendeu o debate sobre liberdade religiosa nas instituições públicas: alunos evangélicos acusaram a instituição de intolerância religiosa após a proibição de cultos no campus. A UDESC, por sua vez, negou qualquer veto e afirmou que apenas orientou os alunos a realizarem as reuniões em locais apropriados, como a biblioteca da universidade.

Jéssica Paschoa, estudante de Estética e Cosmetologia, comenta: “Aproveito para compartilhar sobre Jesus e os propósitos da Igreja” – imagem: Arquivo pessoal

Não por acaso, sobram relatos de intolerância religiosa, sensação de isolamento e insegurança dentro do ambiente acadêmico. É o que relata Filipe Samuel Campos, membro da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) no Centro de Leopoldina (MG), que se graduou em Fisioterapia. Ele pontua que, apesar das pressões, manteve-se firme na fé. “São muitas vozes tentando falar mais alto, mas a maior delas tem de ser a do Espírito Santo”, testemunha Filipe, recordando-se de que, desde criança, orava antes de ir para a escola – e, na universidade, não foi diferente. “Eu me entreguei ao Senhor, disposto a ser luz”, expõe ele, que é filho do Pr. Douglas Campos, líder da IIGD no Centro de Leopoldina (MG). “Sempre cultivamos a presença de Deus em casa. A leitura da Palavra e a oração mostraram a Filipe onde buscar refúgio nos momentos difíceis”, ressalta o pastor.

Thaís Linhares da Silva, aluna de Publicidade e Propaganda, percebeu a necessidade de se posicionar quanto à sua fé: “Meu papel é demonstrar amor” – imagem: Arquivo pessoal

Segundo Jéssica Paschoa, estudante de Estética e Cosmetologia e membro da IIGD no Centro de Juiz de Fora (MG), a vivência no contexto universitário exige equilíbrio e sensibilidade. “Nunca sofri preconceito direto, mas sei que o ambiente pode não ser receptivo à nossa fé”, relata ela, acrescentando que, ainda assim, há boas oportunidades para testemunhar. “Quando o tema religião surge, respeito as opiniões, mas aproveito para compartilhar sobre Jesus e os propósitos da Igreja”, comenta.

Já Thaís Linhares da Silva, que cursa Publicidade e Propaganda, percebeu logo nos primeiros dias da faculdade a necessidade de se posicionar quanto à sua fé. “Caso contrário, alguém faria isso por mim.” Apesar de ter suas convicções aparentemente respeitadas, ela declara que sua crença é frequentemente questionada. “Surgem confrontos, divergências e fica aquele ‘clima chato’. Mas sei que isso gera reflexões”, observa a universitária, que frequenta a Igreja da Graça (IIGD) no Méier, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ). Antes mesmo de ingressar no Ensino Superior, Thaís recorreu à orientação do Senhor, e encontrou inspiração ao ler o texto de Mateus 9.36 (E, vendo a multidão, [Jesus] teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor). “Meu papel é demonstrar amor e me aproximar dos mais reservados”, esclarece ela, assinalando que compartilha o Evangelho de maneira simples, em um estilo semelhante ao discipulado.

O Pr. Ronilson dos Santos afirma: “É necessário trazer os jovens para mais perto. Às vezes, tudo o que eles precisam é de alguém que os ouça” – imagem: Arquivo pessoal

Diante dos obstáculos do convívio universitário, o acompanhamento espiritual é indispensável, segundo o Pr. Ronilson dos Santos, líder regional da IIGD em Juiz de Fora (MG). “É necessário trazer os jovens para mais perto. Às vezes, tudo o que eles precisam é de alguém que os ouça”, frisa o ministro, destacando que a universidade pode ser um lugar de missão para cumprir o propósito de Deus, e, por isso, “a oração, a leitura da Bíblia, a comunhão e uma vida coerente com a fé são essenciais para que o jovem seja luz no ambiente acadêmico”.

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