Leitura diária: receita para a longevidade
26/08/2025
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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Milhões de brasileiros podem ter valores a receber e não sabem disso. É o chamado “dinheiro esquecido”, fruto de contas bancárias encerradas, tarifas cobradas indevidamente, consórcios devolvidos e sobras de pagamentos, entre outras situações. Os valores disponibilizados em diversas instituições financeiras são recursos que permanecem nos bancos por falta de comunicação ou desconhecimento dos clientes e, agora, podem ser facilmente resgatados. O sistema do Banco Central (BC) disponibiliza consultas, em sua base de dados, que permite tanto pessoas físicas quanto jurídicas verificarem se têm algo a receber. O Sistema Valores a Receber (SVC), do Banco Central, oferece consultas, inclusive, acerca de pessoas falecidas, o que possibilita o ganho a seus herdeiros ou dependentes.
Segundo o BC, aproximadamente 10,5 bilhões de reais estão disponíveis nas instituições financeiras, em valores contabilizados até junho, sendo 8 bilhões de reais pertencentes a pessoas físicas. Somente naquele mês, 318 milhões de reais foram sacados pela população em valores esquecidos. Para consultar o SVC, basta acessar o site do BC (https://valoresareceber.bcb.gov.br), informar seu Cadastro de Pessoa Física (CPF) e a data de nascimento, ou o Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a data de abertura da empresa, inclusive para empresas encerradas. É necessário ter uma conta Gov.br nível prata ou ouro. Em seguida, deve ser acessado o campo “Consulte valores a receber”, no qual o interessado deve inserir os dados solicitados e, depois, clicar em “Consultar” — o sistema fornece o valor e a instituição bancária na qual está retido.
Caso haja valores a receber, logado no sistema, basta clicar em “Acessar o SVR” e será gerado um protocolo com a data agendada para o depósito, a contar do pedido. Atenção: no sistema on-line, o resgate só é possível para quem tem chave PIX. Para outras formas de recebimento, a opção é entrar em contato com a instituição em que o valor está disponível e buscar informações sobre como proceder para conseguir o depósito.
“Em tempos de crise, recuperar o que é seu faz diferença”, destaca o contador e empresário Alexandre da Silva Alonso, do Rio de Janeiro. “Mesmo pequenos, esses recursos podem ajudar a quitar dívidas, reforçar a poupança ou investir”. Em entrevista ao Ongrace, o especialista explica que o SVR foi criado, justamente, para facilitar o acesso a esses valores e garantir que o cidadão recupere o que é seu por direito. Alonso alerta que, se o dinheiro esquecido não for resgatado dentro do prazo estabelecido pelas instituições financeiras, pode ser transferido para o Tesouro Nacional. “Antes disso, porém, o cliente tem 30 dias para contestar e mais seis meses para pedir judicialmente. O valor só passa para o governo após esses prazos. Por isso, é importante consultar e resgatar o quanto antes”, orienta.
