A Bíblia em imagens ultrarrealistas
19/07/2025
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19/07/2025

Interatividade excessiva é ameaça aos jovens

Por
Carlos Fernandes e Viviane Castanheira
, do Ongrace

Pesquisa revela que uso excessivo de redes sociais causa grandes danos à saúde mental de crianças e adolescentes – Imagem: Rawpixel / Adobe Stock

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Uma devastadora crise global de saúde mental tem afetado crianças e jovens de todo o mundo. Foi o que alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) após a divulgação do mais recente relatório do grupo de direitos da criança KidsRights Foundation, organização ligada à Universidade de Erasmus, na Holanda. Segundo o estudo, um em cada sete jovens na faixa de 10 a 19 anos sofre algum tipo severo de distúrbio mental e comportamental, como ansiedade ou depressão, e cerca de metade deles está sujeita a dificuldades nos relacionamentos, na produtividade nos estudos e nas perspectivas de vida. A pesquisa atesta que esse quadro se deve a uma “expansão descontrolada” das redes sociais. Em um comunicado, a KidsRights destacou: “O relatório deste ano é um alerta que não podemos mais ignorar”.

O trabalho produzido pela fundação avalia o compromisso de 194 países com os direitos da criança e do adolescente e o quanto essas nações estão se esforçando para melhorá-los. Nos últimos anos, um destaque especial tem sido dado aos efeitos da tecnologia sobre as faixas mais jovens da população mundial. A análise feita pela KidsRights identifica uma “correlação perturbadora” entre a deterioração da saúde mental infantojuvenil e o que descreve como uso “problemático” das redes sociais – ou seja, o caráter viciante das mídias, que interrompe a vida diária do usuário.

O levantamento também observou uma ligação entre o consumo excessivo de conteúdos digitais e tentativas de suicídio. Isso, sem mencionar as deteriorações de comportamento, como os “desafios” — mensagens que estimulam os jovens a praticar atos perigosos, automutilações e até crimes —, e os prejuízos causados à vida social, familiar, acadêmica e espiritual desses indivíduos.

Embora reconheça que os avanços tecnológicos dos últimos anos abriram inúmeras oportunidades, o relatório da KidsRights ressalta que há, em contrapartida, a exposição das crianças ao bullying (presencial e virtual) à violência psicológica, à exploração sexual, à violência de gênero e à desinformação. “Esses dados não podem ser ignorados. Estamos diante de uma geração hiperinformada, mas, muitas vezes, emocionalmente fragilizada e espiritualmente desorientada”, alerta a pedagoga Sandra Machado, que congrega na Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Indaiatuba (SP), e é casada com o Pr. Charles Machado.

Por sua vivência profissional, a especialista tem acompanhado com atenção os estudos que vêm sendo divulgados, especialmente os que mostram a relação entre o uso excessivo das redes sociais e o aumento de casos de ansiedade, depressão e ideação suicida entre adolescentes. Em depoimento à reportagem do Ongrace, Sandra Machado destaca que, nesse cenário, um dos maiores riscos é a distorção da percepção da realidade promovida por boa parte dos conteúdos oferecidos. “São comparações constantes, busca por validação externa e uma exposição precoce a temas com os quais os adolescentes nem sempre estão prontos para lidar. Além disso, a sobrecarga de estímulos digitais interfere diretamente na construção da identidade, no desenvolvimento emocional e na conexão com o real.”

A pedagoga Sandra Machado recomenda: “As famílias cristãs precisam estar atentas” – Imagem: Arquivo pessoal

A pedagoga afirma que, sob o ponto de vista cristão, existe uma luta silenciosa pelo coração dessa geração. “É uma batalha que envolve identidade, valor e propósito”, declara ela, que também tem experiência no atendimento espiritual e no aconselhamento a famílias. Na opinião dela, quando os fundamentos estão enfraquecidos, a mente do jovem fica mais vulnerável à dor e ao desespero. “As famílias cristãs precisam estar atentas. Mais do que controlar, é preciso construir vínculos fortes, espaços de conversa e confiança”, argumenta a profissional, acrescentando que é necessário escutar sem julgamento, cultivar tempo de qualidade, promover momentos fora das telas e, acima de tudo, formar nos filhos uma identidade que não dependa de curtidas ou comparações. “A saúde mental não é um tabu. É também uma forma de amar o próximo como a nós mesmos”, conclui Sandra Machado.

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