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Vigílias atravessam a noite e levam o povo de Deus a buscar Sua face e experimentar o avivamento

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Reuniões noturnas ganham força na Igreja da Graça Imagem: Divulgação

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Conforme a letra de uma conhecida canção pentecostal, “de madrugada, o crente vai buscar poder”. Qualquer momento é propício para se chegar diante do trono do Altíssimo. Contudo, é durante a noite, quando a maioria das pessoas não trabalha e se dedica ao descanso, que o coração e a mente se aquietam, tornando-se solo fértil para a Palavra do Senhor. E isso vem de longe. No episódio épico da fuga dos hebreus do Egito, Deus disse ao Seu povo: Esta noite se guardará ao SENHOR, porque nela os tirou da terra do Egito; esta é a noite do SENHOR, que devem guardar todos os filhos de Israel nas suas gerações (Êx 12.42). É por isso que a prática de consagrações que varam a madrugada é tão querida pelos evangélicos.

O Pr. Rogério Postigo fala dos benefícios espirituais desses encontros de fé: “Mover de Deus” Imagem: Divulgação

É bem verdade que, nos últimos tempos, por questão de segurança e disponibilidade, as vigílias perderam um pouco de sua frequência. Todavia, na Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD), a liderança tem estimulado o povo a participar, cada vez mais, dessas oportunidades de se buscar o Senhor sem muita preocupação com o horário. E o fogo do Espírito Santo desce até o dia clarear, trazendo bênçãos e consagração de vidas ao Senhor. “Toda atividade espiritual é benéfica, e a vigília é como se fosse um algo a mais, pois, mesmo depois de um dia de trabalho, as pessoas estão ali buscando a presença de Deus”, afirma o Pr. Jamil Riback, dirigente da IIGD no Estado do Maranhão. “Com certeza, os que ali estão se tornam melhores e mais inteirados dos assuntos espirituais.” Esse tipo de programação sempre teve, mas, ultimamente, têm ganhado novo fôlego. Em 2023, por exemplo, de junho a agosto, quase todos os templos da Igreja da Graça na capital, São Luís, realizaram uma série de eventos assim, atraindo milhares de pessoas. Foram horas de louvor, oração e mensagens de fé, direcionadas à santificação dos participantes.

Segundo o pastor, esses momentos para cultuar o Senhor são valiosos para todos, mas, particularmente, para àqueles que servem ativamente a Deus. “As vigílias são frequentadas, principalmente, pelas pessoas que fazem a obra, pois entendem que precisam tirar tempo para buscar a Deus e se renovar, a fim de oferecer a Ele um serviço com excelência”. Riback nota, com satisfação, os resultados dessa iniciativa: “Temos visto uma diferença significativa. As igrejas têm ficado lotadas nesses cultos”. Agora, em 2024, o tema dos encontros noturnos não poderia ser outro: Pentecostes do Senhor. “Este ano, temos realizado as vigílias do avivamento, para acender a chama do Espírito em nós”, afirma o pastor

O Pr. Paulo Sabino, com a esposa Cristina, no Recife (PE): vigília com o tema Arde Outra Vez acontece com o templo lotado Imagem: Divulgação

Na sede estadual em Recife, os membros gostam muito desses ajuntamentos. É o que diz o Pr. Paulo Sabino, líder estadual da IIGD em Pernambuco: “Tratam-se de uma ótima opção para que, mesmo em meio a tantas ocupações, possamos desfrutar de um tempo maior na presença de Deus”. O último teve como tema Arde Outra Vez, que, segundo Sabino, foi direcionado pelo Senhor. É comum, continua o pastor, esses cultos durarem a noite toda, mas também há modalidades reduzidas. O que importa é a motivação: “Oração é a prioridade. Falar com Deus é fundamental – e Seu povo tem sede. Muitas vezes, o pessoal sai da vigília e vai direto para o trabalho, mas não deixa de buscá-Lo”. O Pr. Paulo lembra do episódio do Novo Testamento em que Paulo e Silas, mesmo aprisionados por pregarem o Evangelho, fizeram uma vigília de oração dentro da cadeia. “No meio da noite, Deus operou poderosamente. A oração não parou!”

Brasa Viva”

Há madrugadas de adoração que se tornam grandes celebrações, envolvendo toda a Igreja, e também, eventos do gênero direcionados a grupos específicos. Na Igreja da Graça na Bahia, esse método tem sido ferramenta importante para o crescimento espiritual e o engajamento de alguns ministérios. “Faço vigílias também com os jovens, assim como com os Homens que Vencem, as Mulheres que Vencem, os obreiros e pastores”, frisa o Pr. Paulo Henrique Araújo. Líder estadual na Bahia, ele também acredita que a busca mais intensa pela presença do Senhor, em um modelo tão estendido – que chega a durar sete, oito horas, com pequenos intervalos para lanches e comunhão entre os presentes –, promove crescimento espiritual: “As pessoas passam um período maior ouvindo a Palavra, buscando e se dedicando a Deus.”

Com menos preocupação com o horário, a madrugada inclui longos períodos de oração Imagem: Divulgação

Isso aconteceu durante um período no Rio de Janeiro, quando o clamor ao Senhor foi tão intenso que impactou a comunidade no entorno do templo da Igreja da Graça em Madureira. Quem conta é o Pr. Rogério Postigo, que, na época, era o responsável pelo ministério no estado. “Ao nosso redor, havia muita promiscuidade, como também uma casa de shows. Realizávamos vigílias e orávamos, pedindo a Deus que limpasse aquela região”. Foi uma fase de muita movimentação na Igreja, com vigílias sendo realizadas todos os meses no Rio – prática que só foi interrompida em 2020, com a crise sanitária da pandemia de covid-19. “Não demorou muito, e Deus fez uma grande obra. Acabou-se a prostituição ali, e a casa de espetáculos foi fechada. O ambiente mudou completamente”, lembra-se.

Hoje, Postigo coordena a Igreja da Graça no Estado de Minas Gerais, onde os cultos noturnos ocorrem sem uma frequência fixa. “Eles acontecem na medida em que sentimos o desejo de realizá-los.” Nessas ocasiões, há um intenso mover e derramar do Senhor: “Vimos pessoas sendo batizadas com o Espírito Santo e renovadas por Deus”. O pastor entende que o maior tempo disponível favorece uma busca mais intensa. “E temos a garantia de Deus. A passagem de Jó 8.5,6 diz: Mas, se tu de madrugada buscares a Deus e ao Todo-poderoso pedires misericórdia, se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti e restaurará a morada da tua justiça.”

O Pr. Jamil Riback dirige o culto em São Luís (MA): “Chama do Espírito acesa” Imagem: Divulgação

Outra programação recente foi a Brasa Viva, realizada no fim de maio pelo Pr. Luiz Carlos, da IIGD na Paraíba. “Sou de uma época em que se via ‘caçadores’ de vigílias”, diz, bem-humorado. De fato, houve uma fase em que essas reuniões, assim como os evangelismos ao ar livre, eram práticas comuns nas igrejas. Entretanto, isso tem mudado, e a maior prova é o grande apelo que as vigílias têm lá. “Trata-se de um período de renúncia. O tempo em que, normalmente, damos um descanso ao nosso corpo é oferecido ao Senhor”, define. Segundo ele, todos os ministérios da Igreja têm participado com entusiasmo, o que considera fundamental. “Queremos que aconteça conosco o que ocorreu com o profeta Isaías, que foi tocado por uma brasa viva pelas mãos do anjo do Senhor, queimando e destruindo toda iniquidade.”

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