Campeão da fé
13/01/2025Aumento da expectativa de vida desacelera em todo o mundo evidenciando grandes desigualdades regionais
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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Depois de certa euforia com a possibilidade de um prolongamento da vida além dos 120 anos — um antigo sonho da humanidade –, a ciência e a demografia demonstraram a inviabilidade da imortalidade física. Estatísticas recentes mostram que a expectativa de vida média, em ascensão entre os anos 1950 a 2000, deixou de crescer e se encontra quase estacionária. Estudos populacionais publicados na revista Nature Aging indicam que houve uma redução no ritmo dos anos a mais que o ser humano é capaz de viver e que a marca de 73 anos na média mundial não deve mais se alterar significativamente. Para que isso aconteça, seria necessário uma grande e pouco provável ruptura — como a cura eficaz de enfermidades como o câncer, a universalização do acesso ao saneamento básico, à água potável e à ingestão calórica suficiente — aconteça.
A média de vida máxima do ser humano varia bastante conforme a região. Enquanto no chamado Primeiro Mundo ela pode chegar aos 82 anos, em nações mais pobres da África e da Ásia não ultrapassa seis décadas. No Brasil, a expectativa de vida é de 76,4 anos, sendo 79,7 para as mulheres e 73,1 entre a população masculina. Em meados do século passado, vivia-se menos do que 50 anos. No entanto, essa média cresceu de maneira acelerada nas décadas seguintes, chegando a aumentar em oito anos entre 1960 e 1970. Naquela época, chegou-se a acreditar que o ser humano que viveria 150 anos já teria nascido. O desenvolvimento de medicamentos, como os antibióticos, e o desenvolvimento de vacinas contra doenças antes consideradas de grande morbidez explica o fenômeno. Contudo, a partir da década de 1990, esse índice começou a desacelerar.
Aqui no Brasil, as projeções são de que, até 2029, o número de idosos terá superado o de crianças de até 14 anos. Em 2100, estima-se que haverá três pessoas com mais de 60 anos para cada jovem. Diante desse cenário, prevalece a noção de que, mais importante do que alcançar a idade de três dígitos, é viver bem, e não muito.