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23/01/2025Pastores falam da importância que as esposas têm no ministério deles
Carlos Fernandes, do Ongrace

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Ser pastor não é uma tarefa fácil. O privilégio de ser levantado pelo Senhor como ministro de Sua Palavra traz muitas bênçãos e enormes responsabilidades. Os desafios do púlpito têm de ser administrados sem deixar de lado a liderança da casa, o equilíbrio financeiro da família, a saúde física e mental e, claro, um bom relacionamento conjugal. Convenhamos, não é nada simples. Porém, em um aspecto todos esses servos do Senhor concordam: ter ao seu lado uma esposa parceira, que compartilha não apenas a fé, como também as demandas da função, é fundamental para um ministério bem-sucedido. Quanto mais o tempo passa, mais um casal afinado pode fazer pela obra do Senhor – afinal, se um reino dividido não subsiste (Mt 12.25), como enfatizam as Escrituras, um cordão de três dobras se torna mais resistente (Ec 4.12).
Na Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD), o ministério e o matrimônio são extremamente valorizados. Melhor ainda quando caminham lado a lado. “Além de companheira, a Edinalva me apoia na realização de eventos tanto com ideias como na execução”, elogia o Pr. Eric Costa Dias, líder da IIGD no Estado de Roraima. “Estamos casados há 23 anos. Nós nos conhecemos quando fiquei à frente da Igreja em São João de Meriti, no Estado do Rio de Janeiro. Ela era membro dessa congregação”, recorda-se. Edinalva Cardoso de Oliveira Dias não se limita a ser a esposa do pastor, ela exerce o protagonismo em diversas áreas no Corpo de Cristo. “Na criação de ideias, por exemplo, para festividades, vigílias de fim de ano e conferências. Ela assume a responsabilidade a tal ponto que não me preocupo e a deixo na liderança dessas atividades.”

– Imagem: Arquivo pessoal
A mesma linha segue o Pr. Sérgio Guerra, que dirige o trabalho missionário da Igreja da Graça em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. “A atuação da minha esposa é fundamental dentro da missão que o Senhor me concedeu. A sabedoria dela para conciliar a vida pessoal com a ministerial é algo maravilhoso e bem equilibrado dentro do nosso relacionamento.” Durante 29 anos de casamento com Suely Guerra, ele atribui à companheira papel de destaque. “Dentro das várias habilidades por ela colecionadas ao longo dos anos ministeriais, a principal tem sido a de coadministrar a Igreja, pois, com sua formação na área de Contabilidade, ela me ajuda a manter impecável a prestação de contas e organização da instituição”. Suely, segundo o marido, também é bastante solicitada na área da gestão de pessoas. “Ela lida com emoções, crises, desenvolvimento pessoal, formação e implantação de grupos etc.”, enumera Sérgio.
Enquanto isso, as esposas dos ministros do Evangelho confirmam que, muito mais do que estarem ao lado de homens abençoados no púlpito, têm homens abençoados dentro de casa. “O papel da esposa do pastor é de extrema importância, pois as pessoas buscam nela apoio, amparo e proteção”, destaca Suely Guerra, a esposa de Sérgio. Por vezes, ela é o primeiro contato de irmãos interessados em receber atendimento pastoral. Suely entende que, embora o ministério seja de grande importância para ambos, sua prioridade é cuidar da família. “As Escrituras nos ensinam a buscar o equilíbrio em tudo.”
Parceria abençoada
“Nós nos vimos, pela primeira vez, na caravana que a Igreja da Graça fez para Jerusalém, pelo aniversário de 70 anos do Missionário R. R. Soares”, lembra-se Bruna Doriel, esposa do Pr. Israel Terra, da IIGD de Niterói (RJ). Bastante envolvida com a obra de Deus, ela diz que conciliar vida pessoal, ministério, trabalho e outras demandas nunca é tão simples. “No entanto, Deus nos dá Sua graça”, frisa. Bruna, que tem formação na área administrativa, auxilia o marido em diversas incumbências, como na administração e contabilidade da Igreja, organização de eventos e participação na liderança de grupos, além, é claro, de atividades essencialmente espirituais. Pelo fato de ser mulher, ela atende muitas mulheres em oração e aconselhamento. “Além disso, prego a Palavra e realizo a abertura de cultos”, acrescenta. “Mas faço tudo ao lado de meu marido porque, antes, amo a Deus. Não conseguiria dar conta se não tivesse uma comunhão com Cristo.”

“Creio que o ministério nos uniu ainda mais, pois passamos mais tempo juntos”, avalia o Pr. Leandro Leal, da Igreja da Graça em Jaboatão dos Guararapes (PE). Casado com Daiane há 22 anos, eles estão juntos desde antes da conversão ao Evangelho, ocorrida em 2006. “Ela cuida de mim, para que eu possa exercer bem o meu ministério.” A exemplo de outras esposas de pastor, Daiane põe as mãos na obra, mas o casal não deixa de reservar um tempo para si e para suas próprias atividades. “Se o pastor e sua esposa souberem conciliar Igreja e a vida conjugal, o ministério nos concede esse tempo”, enfatiza Leandro. A fórmula de deixar as questões da igreja na igreja e não as levar para casa é a chave para esse equilíbrio: “Mesmo com todos os afazeres no Reino de Deus, como reuniões, visitas e atendimentos, temos tempo para cuidar da família”. Para um homem e uma mulher de Deus, o ministério eclesiástico não é um empecilho para a felicidade conjugal – ao contrário.
