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Por Carlos Fernandes, do Ongrace

SVasco – Gerado com IA / Adobe Stock
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A descoberta de um papiro de 1.900 anos revela novos detalhes sobre a forma como os antigos romanos lidavam com crimes. O material, encontrado em Israel, menciona trechos do julgamento de acusados por sonegação fiscal, especificamente pela evasão de tributos acerca de valores arrecadados com a venda de pessoas escravizadas. Escrito em 133 linhas de grego arcaico, o texto contém informações trocadas entre promotores que atuaram no caso.
O papiro foi encontrado em 2014, mas os especialistas levaram uma década para conseguir decifrar seu conteúdo. O julgamento, ocorrido no século 2, época em que a Judeia era uma província romana, desenrolou-se até as vésperas da revolta de Bar-Kochba, ocorrida entre 132 e 136 d.C., e também conhecida como a terceira guerra judaico-romana, cem anos depois da morte de Jesus. O detalhe é que o documento fora escondido em uma caverna, possivelmente para não cair nas mãos dos insurgentes. Outra hipótese é que tenha sido guardado, porque o processo foi interrompido pelo levante.
O trabalho com o papiro foi feito pela professora Hannah Cotton Paltiel, da Universidade Hebraica de Jerusalém, com o apoio de arqueólogos da Academia Austríaca de Ciências e da Autoridade de Antiguidades de Israel. Os resultados da pesquisa – publicados na revista especializada Tyche, da Universidade de Viena – mostram que os acusados foram dois homens, chamados Gedalias e Saul, indicando sua provável ascendência judaica.
O texto indica que as autoridades suspeitavam que a dupla não era formada por criminosos comuns, e sim conspiradores contra o Império que, além de sonegar divisas, resistiam ao regime implantado pelos dominadores romanos. Embora não haja registro do que aconteceu aos réus, não devem ter sido absolvidos: desviar impostos devidos a Roma era um crime punido com penas de prisão, trabalhos forçados e, muitas vezes, execução.