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300 milhões de cristãos sofrem perseguição no mundo
17/02/2025
Uso de aplicativos bíblicos cresce no Brasil
19/02/2025Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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O jejum é uma disciplina espiritual largamente recomendada na Bíblia e praticada por cristãos do mundo todo, em busca de maior comunhão com Deus e santificação ao Senhor. Mas, ele não precisa se restringir à abstinência ao consumo de alimentos por determinado período — nestes tempos pós-modernos, novas práticas, antenadas com a atualidade, têm ganhado força. Uma delas é o jejum digital, pelo qual os crentes, voluntariamente, suprimem o uso de smartphones e redes sociais a fim de dar total foco à oração e ao recolhimento por, por exemplo, 40 dias. Uma igreja de Nashville, nos Estados Unidos, convocou seus membros a darem um tempo nas telinhas e se ligarem diretamente com o Céu. Deu certo — após um período colocando a ideia em prática, muitas famílias começaram a realizar refeições mais significativas juntas e os membros se concentraram na oração e na leitura da Palavra de Deus.
O pastor Darren Whitehead, da Igreja da Cidade, percebeu que o uso excessivo de dispositivos pessoais de comunicação estava prejudicando a vida espiritual de parte importante de sua membresia e a comunhão entre os irmãos: “As pessoas estavam tendo dificuldades para se conectar profundamente com Deus, com os outros e até consigo mesmas, à medida que a tecnologia monopolizava cada vez mais sua atenção”. O problema acontecia na sua própria casa. As filhas de Whitehead se queixaram de que ele passava muito tempo ao celular e não lhes dava muita atenção.
Foi o bastante para que o líder desafiasse a si mesmo e aos fiéis a um jejum digital. A ideia ganhou força entre a congregação e transformou-se em uma mobilização coletiva. Os participantes assumiram o compromisso de remover todos os aplicativos de seus celulares, mantendo apenas funcionalidades essenciais como chamadas e mensagens. “Muitos redescobriram hobbies, reacenderam relacionamentos e se engajaram em orações e meditações mais profundas”, relatou o pastor.
Em pouco tempo, a iniciativa se espalhou por outras igrejas americanas, que têm se engajado na ideia de promover jejuns de tecnologia periódicos. Whitehead lançou um livro sobre o tema, The Digital Fast (ou “O digital rápido”). Para ele, trata-se de uma “peregrinação espiritual moderna pela selva da era digital”. Ele sugere, por exemplo, que as pessoas usem despertadores convencionais, para evitar a “tentação” daquela olhadinha no celular, logo de manhã, e evitar a TV e outras distrações tecnológicas: “O tempo livre será melhor aproveitado para se conectar com as outras pessoas e com o Senhor.”