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Carlos Fernandes e Viviane Castanheira, do Ongrace
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Eles vão de cidade em cidade, e de povoado em povoado, a fim de evangelizar. Em pleno século 21, homens e mulheres de Deus cumprem rotina semelhante à dos antigos profetas e evangelistas bíblicos. Esses mensageiros itinerantes do Reino dos Céus não medem distâncias e esforços para tornar Cristo conhecido por onde quer que passem. Se, nos tempos do Antigo e do Novo Testamento, as jornadas eram feitas a pé ou no lombo de montarias, hoje há mais recursos, e os deslocamentos podem ser feitos de automóvel. Apesar disso, a mesma vocação do passado tem motivado pastores da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) a abrir mão do próprio tempo e conforto para seguir o Ide de Jesus.
A própria dinâmica de crescimento da Igreja, em grande parte fundamentada na abertura de novos templos e pontos de pregação, faz com que, nem sempre, uma congregação recentemente instalada conte com um pastor titular. Nesses casos, ministros das sedes ou de templos estabelecidos na região se encarregam de assumir a direção em outras localidades. “Sou pastor, há 20 anos, e sempre fiz trabalhos em pontos de pregação, além de cuidar da Igreja da qual sou responsável”, diz, com satisfação, o Pr. Edwanger Francisco de Oliveira, líder da sede da Igreja da Graça em Itapetininga (SP). “Dirijo outros três pontos de pregação, em Rechan – um distrito do município de Itapetininga –, em Vila Regina e em uma loja no Centro da cidade, além de um trabalho no município de Guareí.” Para cumprir sua função com excelência, o pastor conta com a ajuda da esposa, Pra. Sinara de Oliveira Pereira, e de obreiros voluntários em cada uma dessas congregações.
É preciso manter uma agenda bem organizada para honrar tantos compromissos. “A cada 15 dias, vamos ao Rechan; uma vez por mês, a Guareí. Os trabalhos dentro do município de Itapetininga são feitos uma vez por semana”, enumera. A distância dos deslocamentos varia entre cerca de 30 a 60 km. Ultimamente, Edwanger teve de assumir o púlpito da Igreja em Capão Bonito, onde sua esposa é a pastora. É que ela entrou em licença-maternidade após o nascimento da segunda filha, Ayla Esther. O casal já é pai de Hadassah, de sete anos, e, com o aumento das demandas familiares, o pastor sabe que o tempo será ainda mais curto. Contudo, ele afirma: “Sempre tenho trabalhado assim. É uma obra que dá resultado para o Reino dos Céus. Gratificante demais!”
A Pra. Nildivane Gomes Santos Gaspar, da IIGD em Pinheiro (MA), também cumpre múltiplos papéis em seu ministério. Ela é responsável pelo trabalho da Igreja em Alcântara, com aproximadamente 30 membros, e no povoado Oitiua – pequeno ponto de pregação com cerca de dez frequentadores. Mesmo assim, o empenho da pastora é grande. Ela e o marido, o Pr. Jodomi Gaspar, permanecem em Pinheiro de segunda a quarta-feira. “Na quinta, viajamos para Alcântara, o trabalho de Oitiua fica na estrada, antes de chegar àquela cidade”, descreve. Ali, o casal realiza um culto à noite. “Visitamos alguns irmãos depois da reunião. Geralmente, jantamos na casa dos irmãos, que sempre têm um peixe que eles mesmos pescam”, brinca. As etapas seguintes são os cultos de sexta-feira e sábado, em Alcântara, onde também realizam visitas pastorais.
“No domingo, fazemos o culto às 8h da manhã e voltamos.” Mas não direto para casa – antes, eles param de novo em Oitiua, para o culto das 15h. Finalmente, Nildivane retorna a Pinheiro, para estar a postos na Igreja, onde ministra o último culto, às 19h. Vale lembrar que a distância da cidade onde o casal mora para Alcântara é de 112 km. “Meu marido está sempre ao meu lado. Na verdade, é ele quem me leva a todos os lugares”, destaca. Outra ajuda essencial é dos obreiros daqueles locais, que fazem os demais trabalhos em sua ausência. Cansaço? Que nada – Nildivane tem suas forças renovadas pelo Senhor. Tanto que está nesse ministério itinerante há 20 anos e, como pastora, há 11, segundo conta. “Tudo para a glória de Deus”, ela faz questão de dizer.
A Pra. Nildivane e o esposo, Pr. Jodomi Gaspar, na estrada, prontos para percorrer a exaustiva, porém gratificante viagem em prol do Reino de Deus
De fato, não existem limitações de tempo e distância para quem tem o coração ardendo pela obra do Senhor. As cidades de Ouro Branco e Santana do Ipanema formam um triângulo com a de Delmiro Gouveia, em pleno sertão de Alagoas, com distâncias que variam de 81 a 96 km. Aquela é a área de trabalho do Pr. Wellington Gomes da Silva, que pastoreia a Igreja da Graça em Delmiro Gouveia. “Sou responsável pelas duas outras cidades, onde temos comunidades com mais ou menos 40 membros, que se reúnem em cada uma delas. Os dois pontos de pregação são atendidos por Wellington nos fins de semana. Dois obreiros auxiliam o pastor em cada uma das congregações, e a esposa dele, Idelma, cuida do ministério de louvor. Wellington desenvolve seu ministério na região por volta de um ano. Para esses pregadores itinerantes, nada impede a satisfação de anunciar o Evangelho àqueles que precisam conhecê-lo. “É gratificante ver o poder de Deus operar na vida das pessoas. Faço a obra de Deus não por obrigação, mas por prazer. Não me vejo fazendo outra coisa, e o Senhor tem operado, pessoas têm se convertido, e essa é a nossa maior realização”, emociona-se o pastor.