Café baixa de preço após quase dois anos
04/09/2025
Por Carlos Fernandes, do Ongrace
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Para muitas pessoas, perdoar nem sempre é uma escolha fácil, mas produz grande impacto na vida de quem decide viver essa liberalidade, não somente no âmbito espiritual, mas também na área da saúde e dos relacionamentos. Estudos realizados nos últimos anos têm demonstrado que esse ato pode, inclusive, levar à longevidade. Um deles foi comandado pelo psicólogo americano Everett Worthington e recebeu o título de Intervenção internacional de perdão. O trabalho foi realizado em coautoria com outros profissionais ao redor do mundo e mostrou como desenvolver a compreensão entre as pessoas interfere positivamente na saúde.
Com participação de 4,5 mil pessoas que passaram por algum conflito ou sofreram mágoa interpessoal, a pesquisa foi realizada por meio de questionários, nos quais os voluntários responderam a diversas questões sobre como lidavam com sentimentos, como a raiva. Após aquele período, verificou-se uma redução importante em sintomas de depressão e ansiedade e ganhos na saúde mental. Outro acadêmico a se debruçar sobre o tema é o professor doutor em Psicologia Loren Toussaint, diretor do Laboratório para a Investigação da Mente, Corpo e Espírito do Luther College, em Iowa (EUA). Ele estuda como virtudes, especialmente o perdão, relacionam-se com a saúde e o bem-estar. Segundo o estudioso, quem espera que o outro tenha a atitude de se desculpar primeiro — ou seja, não toma a iniciativa do perdão — tem uma expectativa de vida menor do que aquele que perdoa incondicionalmente.
A psicóloga clínica Teresa Barcellos Vaz, membro da Igreja Internacional da Graça de Deus (IIGD) em Santo Ângelo (RS), é taxativa: “O ato de perdoar é benéfico para o desenvolvimento físico e mental. Superar ressentimentos traz tranquilidade, cura e paz interior.” A terapeuta entende que quem o adota o perdão como atitude encontra caminhos mais compensatórios para a vida interna e externa. “Estudos afirmam que liberar o perdão tem efeito imediato no cérebro, promovendo alívio, reduzindo a pressão arterial e a frequência cardíaca. Isso porque mágoas e ressentimentos ativam áreas de estresse e ansiedade no cérebro”, aponta.
Para quem é cristão, o ato de perdoar é ainda mais essencial: trata-se de um mandamento de Jesus. “Sabemos que o perdão é um pré-requisito para que também sejamos perdoados por Deus”, enfatiza o Pr. Daniel Bahiano, líder regional da IIGD em Sorocaba (SP), citando o texto de Efésios 4.32: Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. Em sua atuação ministerial, o pastor lida com muitas pessoas que o procuram buscando aconselhamento nessa área, e não tem dúvidas ao afirmar: “O maior beneficiado do perdão não é nem tanto a pessoa que recebe, mas, sim, aquela que o oferece”.
A supervisora Gizélia Nóbrega Oliveira da Silva, que viveu uma crise conjugal há quase 18 anos e chegou a pensar que seria o fim da união, relata a mudança em seu matrimônio após vivenciar a experiência do perdão. “Ficamos separados por dois anos e meio. De fato, eu não queria mais reatar o meu casamento. A motivação para seguir por outro caminho foi, simplesmente, divina: obedecer ao que o Senhor havia me falado: que restauraria o meu casamento e restituiria a minha família”, lembra-se. Ela e o marido, o funcionário público Davi Oliveira da Silva, foram se reaproximando aos poucos. “Percebemos que não havia mais sofrimento quando falávamos no assunto. Nesse momento, entendi que já havia lhe perdoado.” Agora, Davi e Gizélia estão prestes a comemorar 35 anos de casados. “Vivemos de maneira madura e alicerçada em Cristo”, garante ela.
