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Pessoas com deficiência não se sentem incluídas no mercado de trabalho, diz pesquisa

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Inclusão plena no mercado de trabalho ainda é desafio para brasileiros com deficiências físicas ou neurodivergências – Imagem: José Cruz/Agência Brasil

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Apesar dos recentes avanços nas políticas públicas e nas relações sociais em favor das pessoas com deficiência (PCDs) no Brasil, ainda há muito a fazer, principalmente no que se refere à inclusão profissional. Divulgada recentemente, a pesquisa Radar da inclusão: mapeando a empregabilidade de pessoas com deficiência mostra que oito em cada dez trabalhadores brasileiros nessa condição têm a percepção de que as empresas às quais estão vinculados estão despreparadas para os receber adequadamente.

O levantamento, feito em parceria entre o Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), e as instituições Talento Incluir, Locomotiva e iO Diversidade, ouviu 1,2 mil trabalhadores de 18 anos ou mais que se declaram neurodivergentes ou com deficiência motora ou sensorial. Um terço deles afirma que seu ambiente de trabalho não é devidamente adaptado à sua condição. Outra questão levantada no estudo diz respeito à empregabilidade das PCDs. Para 25% dos respondentes, a existência de programas de inclusão e acessibilidade corporativa é fator determinante na tomada de decisões na esfera profissional — e, por isso, quase metade deles (47%) prefere se candidatar a vagas reservadas para indivíduos com deficiência ou neurodivergência, aí incluídos os com transtorno do espectro autista (TEA) ou de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), por exemplo.

O preconceito contra esses profissionais também é uma realidade. “Há uma percepção majoritária de que ser pessoa com deficiência ou neurodivergente impacta negativamente na empregabilidade, muito embora não impacte negativamente na execução do trabalho”, aponta a sondagem.

Há mais de 30 anos, o Brasil dispõe de políticas e legislações que promovem a inclusão, como a regra de que empresas ou órgãos públicos tenham de reservar cotas específicas para esse público. Além disso, há o chamado teletrabalho, que, em teoria, facilita as atividades profissionais das PCDs. No entanto, informações de várias instituições mostram que não tem havido avanços efetivos na garantia do pleno acesso ao mercado de trabalho para esse grupo.

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