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Muitos jovens preferem ser reconhecidos por seus talentos, e não pela crença que professam

Por Carlos Fernandes, do Ongrace

Pesquisa mostra que a juventude tem colocado a fé em posição secundária Imagem: Reprodução / Family Voice

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Talentos, interesses, hobbies e nível de instrução acadêmica são as características pessoais pelas quais os jovens da geração Z querem ser reconhecidos, e não necessariamente pela fé que professam. Essa é uma das conclusões do Projeto Relacionar, estudo realizado pela organização cristã Young Life, sediada nos Estados Unidos e com trabalho focado em estudantes do Ensino Fundamental ao Superior. A pesquisa, publicada pela revista Christianity Today, examinou as crenças e aspirações de 7,2 mil jovens entre 13 e 24 anos para entender melhor como eles lidam consigo mesmos, com os outros e com o sagrado. O resultado mostrou que, para essa moçada, fé e espiritualidade são secundários em relação aos projetos pessoais, à autoestima e ao sentimento de realização. Apenas 27% desejam que a fé seja um fator essencial na identificação de sua personalidade.

O estudo ouviu jovens de países com diferentes níveis de desenvolvimento e cultura, como Estados Unidos, Reino Unido, México, Índia e Quênia. Os entrevistados professam diferentes religiões, e entre os cristãos há evangélicos, católicos e ortodoxos. A abordagem levou em consideração variados aspectos da existência, como família, estudo, convicções pessoais e perspectivas de futuro. Pouco mais da metade dos jovens protestantes nos EUA e no Reino Unido disseram que gostariam de ser relevantes por seus talentos (54%), enquanto apenas um terço do total deseja ser reconhecido por sua crença. De acordo com os pesquisadores, esse dado reflete uma nova maneira de integrar a fé ao cotidiano, no qual a identidade religiosa nem sempre se expressa de modo explícito, mas está entrelaçada a realizações pessoais e a contribuições à sociedade.

O levantamento mostrou que, entre os jovens cristãos pesquisados, a oração ocupa o segundo lugar como mecanismo de busca por paz interior e enfrentamento do estresse. Prática que fica quase 20 pontos percentuais atrás de ouvir música, atividade apontada por 62% dos entrevistados. Além disso, “ler ou meditar nas Escrituras” tem a preferência de somente um em cada cinco deles. Por outro lado, embora sejam, frequentemente, considerados ansiosos e despreparados para lidar com o futuro, quatro em cada cinco cristãos dessa faixa etária acreditam que podem causar um impacto significativo no mundo para as gerações seguintes. Este é um traço marcante, segundo registra o relatório: Os cristãos protestantes e ortodoxos têm um senso de agir mais forte, ao passo que esse senso é mais baixo entre ateus, agnósticos e aqueles que se definem como sem religião.

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